05. PROMESSAS

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      𝔏aenor chorou de soluçar a noite inteira e eu só pude afagar seus cabelos trazendo-o para um abraço, me senti covarde por não ter palavras.

Eu nunca poderia saber como é estar no lugar dele naquele momento, ter que lamentar em silêncio a morte de uma pessoa que é considerada apenas seu escudeiro enquanto na verdade é a pessoa que você mais ama no mundo.

Me culpava pelo o que tinha acontecido, coloquei Laenor nessa minha vida caótica por puro desespero, sem pensar no que aconteceria depois.

E estava com as mãos atadas, Cole tinha uma boa justificativa para seus atos e eu: "Você não tinha o direito de matar o amante do meu marido!",  minha vontade era de dar o mesmo fim de Joffrey para ele.

O que eu poderia fazer por agora era substituí-lo por outro cavaleiro, o que não seria difícil, não precisaria dar justificativa a ninguém e se eu quisesse trocaria ele por um sapo sem que pudessem questionar, no final eu ainda tinha algum poder.

Tendo a madrugada toda para refletir, só pensei que desistir naquela altura do campeonato seria mais covarde ainda, era por essas e outras que desde a morte de minha mãe eu tinha decidido que iria governar os sete reinos, mesmo amando meu pai, tinha que admitir que ele não nasceu para governar e estava criando cobras em sua própria fortaleza.

Mesmo que Joffrey de fato tivesse feito algo que pudesse ferir minha segurança, ele merecia um julgamento e Cole não tinha o direito de retirar a vida de uma pessoa que nem se quer pode se defender.

Quando Laenor finalmente conseguiu dormir, o sol já dava seus primeiros sinais pela luz que entrava nas frestas da janela do nosso quarto. Depois do almoço iríamos retornar a King's Landing para as justas que ocorreriam em comemoração ao meu trágico casamento, meu pai não cancelou sequer um dia, pois achava que seria melhor para conter os murmúrios que circulariam.

Então, meu primo e agora marido só teria a manhã para enfrentar seu luto, com a desculpa de estarmos cansados pela noite, pedi para levarem o café no quarto e que deixassem no lado de fora. Eu estava tão exausta fisicamente quanto mentalmente que mandaria qualquer um aos sete infernos se me irritasse minimamente, inclusive Viserys, que ultimamente virou o centro dos meus problemas.

Criston não estava mais em frente aos meus aposentos quando recebi o café em uma bandeja de prata, provavelmente já o substituíram ou o levaram, eu não me importava.

Peguei a mesma, tentando equilibrar os diversos alimentos que se encontravam postos sobre a prata.

Besliquei um pouco de pão, me forçando a comer algo para não me sentir fraca ao decorrer do dia. Olhei para Laenor que dormia profundamente em seu lado da cama, minha vontade era de deixá-lo dormir até que acordasse por conta própria.

Infelizmente eu teria que acordá-lo e contar tudo o que tinha acontecido até ali, para que nossa relação desse certo precisaríamos de confiança e que fossemos verdadeiros um ao outro. Talvez ele me odiaria por ter uma parcela de culpa do acontecido da noite anterior e eu não o julgaria por isso.

Me sentei na beirada da cama e balançando seus ombros levemente o mesmo acorda com preguiça, as tranças uma bagunça e seus olhos inchados pelo choro.

— Me desculpe, mas você tem que comer alguma coisa e logo vamos partir para a fortaleza. — falei e dei um sorriso amarelo.

— Certo, não precisa se desculpar prima. — depois se espreguiçou com os braços.

Levantei para que ele pudesse sair e ir em direção a mesinha que estava a bandeja com o café, um silêncio incômodo sobrepôs no quarto, me deixando inquieta.

❛ 𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 - 𝗛𝗢𝗧𝗗Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang