8. the beach

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C H A P T E R    E I G H T

S A V A N N A H    B L O S S O M

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S A V A N N A H    B L O S S O M

No sábado, arrisquei-me em descer até a praia pela primeira vez.

Pode-se dizer que não era um dia suficientemente quente para tomar banho de mar, mas do lado de fora o sol reluzia como frestas ardentes de ouro fundido acima da minha cabeça. Fiz o trajeto a pé, já que as dunas ficavam a poucos quarteirões do campus. A areia brilhante e compacta da orla abrigava dezenas de grupos universitários e famílias locais. Crianças brincavam e corriam com seus pés descalços próximos ao píer; o som dos gritos vindo da roda gigante e dos equipamentos com sinos e luzes multicoloridas do parque entregavam um verdadeiro vislumbre do feriado de "Quatro de julho", apesar de ser meados de agosto. Era um daqueles dias harmônicos, com o ar salgado e infestado por distrações que a minha cabeça tanto rogava naquele momento.

Estiquei minha toalha sobre a areia e em seguida me deitei sobre ela. Enquanto admirava o horizonte, pensei em Maybelle e em qual parte do mapa ela estaria neste momento. Já fazia uma semana desde o incidente envolvendo Chase, Mr. Styles, Maid e eu. Foi uma semana estranhamente mórbida e silenciosa, mas não para a minha mente. Para ser honesta, não havia um dia sequer em que eu não ruminava esses últimos acontecimentos. Atlas ajudou a me distrair a maior parte do tempo. Nós exploramos o campus, algumas galerias de artes, cinemas e livrarias da cidade, mas aquele incômodo de que algo parecia errado ainda permanecia ali.

As rajadas de vento começaram a trazer um ar abafado para a orla, o que me fez tirar minha camisa larga de botões e retocar o filtro solar em minha pele. Olhei para o meu colo e cogitei se iria me livrar do meu jeans ou não. O calor não estava insano e como não existia possibilidades de eu adentrar no mar, permaneci naquele estado. Volto a me deitar sobre a toalha e fecho os olhos. Formas rosadas se moviam por dentro de minhas pálpebras enquanto os sons ininteligíveis da orla agraciavam os meus ouvidos. Tirei aquele momento para desfrutar da minha bolha particular.

Eventualmente, estava quase lá. O sangue parecia ter se engrossado atrás dos meus olhos e todos os meus ossos pareciam borracha velha. Nada mais era capaz de me despertar naquele estágio de relaxamento, e embora eu sentisse o sol salpicando grosseiramente em meus ombros, permaneci deitada ali, o short deixando suas marcas em minhas coxas e o perfume das salinas engolindo cada um dos meus sentidos. A autoconsciência se expandiu pelo meu corpo e fui mais longe quando visualizei minha alma abandonando aquela carcaça feita de matéria para dar uma volta ao redor da praia. E então, algo gélido respingou em uma das minhas bochechas e dentro de um reflexo cruel, fui forçada a abrir os olhos.

Pisquei as pálpebras repetidas vezes e aos poucos o brilho pálido do céu de verão foi dando lugar para uma estrutura alta e delineada em rosa vívido se revelar para mim.

— O que você está fazendo aqui? — Quando aquela voz se materializou, imediatamente soube de quem se tratava.

Ao sentar sobre meus quadris, apertei meus joelhos contra o corpo e tentei me recompor. Meu antebraço direito voou para o alto de minha testa, protegendo minhas retinas da claridade excessiva. E lá estava ele, com o sol atrás de si e sua típica expressão impassível me sondando.

𝐈𝐥𝐥𝐢𝐜𝐢𝐭 𝐀𝐟𝐟𝐚𝐢𝐫𝐬 | 𝐇.𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora