Capítulo Único;

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Acordei sobressaltada do meu sono não tão pacífico quanto gostaria, ao ouvir a porta do quarto ser aberta de maneira sutil, mas para mim que até então estava dormindo, entregue a todo o cansaço que se ganha depois de um longo e intenso plantão em ...

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Acordei sobressaltada do meu sono não tão pacífico quanto gostaria, ao ouvir a porta do quarto ser aberta de maneira sutil, mas para mim que até então estava dormindo, entregue a todo o cansaço que se ganha depois de um longo e intenso plantão em um hospital agitado como outro qualquer, soou brusco.

Murmurei algo incoerente e estiquei meus braços, correndo minha mão pelo móvel de madeira ao lado da cama acendendo a luz fraca do abajur, enxergando na penumbra um corpo atlético bem trajado e agasalhado parado no batente da porta, me encarando sorrateiramente.

Ao ver Sonny ali, tentando não transparecer sua tristeza e frustração, eu me praguejei mentalmente por ter dormido quando prometi pra mim mesma que conseguiria lutar contra todo o sono que emanava em meu corpo e esperar até que ele pisasse seus os pés de volta ao nosso lar.

Em um claro estado de alerta, levantei da cama apressadamente tropeçando em metade do enorme cobertor que cobria meu corpo jogando ao chão, vendo-o sorrir pequeno ante a isso, e sem muito pensar me joguei em seus braços sendo recebida por ele, desejando com uma louca sufocar e matar toda é qualquer saudade que eu estava sentindo dele naquele momento.

— Mmm... como se... — tentei iniciar uma conversa, mas o cheiro do seu perfume invadiu meus sentidos e eu me senti um pouco perdida e incapaz de raciocinar direito, me lembrando que eu também estava com saudades de ter aquele cheiro impregnado em mim.

Na verdade, eu não sabia bem quais palavras certas usar para inquiri-lo sobre seu estado e, assim, tentar amenizar toda e qualquer angústia que ele estava sentindo, não sabia bem como iniciar um diálogo sem ter que tocar no nome do causador da sua dor — pelo menos não naquele momento.

Contudo, era mais do que certa a certeza de que ele e os demais foram longe e lutaram bravamente, e eu faria questão de lembrá-lo sobre isso mais tarde.

Apertando meus braços de maneira exagerada ainda mais ao redor de Son, com o meu ouvido atento e repousada rente ao seu peito, tive o privilégio de votar a ouvir a batida ritmada do seu coração, enchendo-me de alegria.

— Como se sente, babe? — a pergunta abandonou meus lábios e mesmo sendo sufocada pelo seu peito e a grossa camada do moletom que o mesmo usava, eu tinha certeza de que ele conseguiu ouvi-la com clareza.

— Agora que a tenho em meus braços, eu me sinto bem, jagiya! — soprou baixinho, beijando minha testa. — Não quero que se preocupe quanto a isso. Eu só não quero ter que falar sobre, ok? — inquiriu e eu assenti ainda presa a ele.

Usado toda a força ainda existente em seu ser naquele momento, sem um aviso prévio, Son suspendeu meu corpo e eu apenas entrelacei minhas pernas em sua cintura e minhas mãos em seu pescoço, sendo guiada por ele de volta a cama.

Com delicadeza de sua parte, meu corpo voltou a ser repousado sobre a mesma, e se desfazendo do seu tênis e do moletom que usava na velocidade da luz, ele se deitou por cima de mim depositando seu peso em seus braços, tomando meus lábios sem muito pensar, me beijando verdadeiramente pela primeira vez desde que chegou.

— O seu beijo é o meu lar... — confessou como se fosse um segredo, me beijando outra vez para selar-lo.

Uma de suas mãos puxou o cobertor do chão, cobrindo nossos corpos alguns segundos depois. Sua cabeça se aconchegou em meu peito — e seus cabelos sedosos fizeram cócegas gostosas em meu rosto.

Seus braços voltaram a serpentear pelo meu corpo, puxando-me ainda mais de encontro a ele, acabando com qualquer distância existente entre nós, como se me pedisse em silêncio um pouco de afago. Ri baixo e biquei desengonçadamente a sua testa, vagando minha mão por entre seus cabelos e ombros desnudos, acarinhando-o.

— Sinto muito por tudo que aconteceu, e sinto ainda mais por não conseguir ter estado presente nos jogos da seleção.

A vida agitada no hospital me deixava sem tempo para respirar direito na maioria das vezes, ficava de cabelos brancos, no entanto, no fim, o amor pela minha profissão me fazia gostar de toda aquela adrenalina. Afinal se especializar em oncologia pediátrica fora uma escolha minha — a realização de um sonho, para ser mais exata — e, o amor pela ala infantil, fazia o meu coração derreter e ao mesmo tempo submerge de orgulho a cada sorriso cheio de felicidade e gratidão que eu recebia em forma de agradecimento ao prestar meu trabalho, mesmo diante de todo sofrimento que eles passavam.

Só que às vezes isso fazia com que eu não tivesse muito tempo para acompanhar Son em seus jogos e vê-lo brilhar — quer dizer, não pessoalmente — mas eu sempre dava um jeitinho de encontrar um tempo no meu horário de descanso e vê-lo fazer aquilo que mais gostava, e enchê-lo de mensagem ao fim de cada partida, fossem elas boas ou ruins, porque eu queria que nem por um momento ele deixasse de se sentir amado por mim.

O nosso amor era forte, e nós dois sabíamos disso melhor que ninguém.

— Está tudo bem, jagiya! Eu tenho você agora, e me sinto bem, não se preocupe... — sua voz soou preguiçosa, mas cheia de verdades. — Assim como você respeita e apoia a minha profissão, eu também respeito e apoio a sua, e sei o quão agitada ela tende a ser. As nossas profissões podem até serem loucas e nos sufocar na maioria das vezes, mas o nosso amor é e sempre será maior e mais forte que tudo.

— Mas você se sente bem, não é?

— Você é o meu lar, Claire, e eu me sinto bem só de estar aqui com você, nos seus braços, sendo acolhido e amado.

— Eu te amo, Sonny!

Saranghae, Claire!

Como se todo o cansaço que eu estava sentindo ao longo da noite tivesse se dissipado, permaneci acordada velando seu sono e cuidado dele em silêncio. Contemplando sua face serena repousada em meu peito, dormindo tranquilo e alheio ao mundo lá fora. Acarinhando-o. 

Jagiya (자기야) tem como significado "baby, querida, querido"

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Jagiya (자기야) tem como significado "baby, querida, querido". É um termo usado como um apelido de um casal.

Saranghae (사랑해 ) é uma maneira de dizer "eu te amo" 

Talvez, só talvez, depois eu volto com um bônus 

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