An Angel Cried

Fim

- Ele não deixou o lado da cama dela desde a internação...

- Não sabemos quem é. Não tem identidade, ninguém conhece...

- Pelo menos ele a salvou.

As vozes voltavam lentamente à minha cabeça conforme eu me situava de onde estava.

Eu definitivamente estava em um hospital. Os barulhos das máquinas e o cheiro de éter eram fortes o suficiente para eu poder desvendar isso.

Eu havia sido salva...

Abri meus olhos, confusa mesmo assim. Demorei para me adaptar com as luzes incandescentes que pareciam ter me cegado ao primeiro momento.

- Marinette? - escutei.

Eu reconhecia essa voz.

Me virei para o lado de minha cama, surpresa.

Era ele mesmo.

Ele estava ali.

- Adrien?! - chamei.

- Você acordou! - ele falou, se levantando e se aproximando de mim.

- Você está aqui... - o observei. Não era uma situação que ele geralmente aparecia - E é real!

- Sou real... - ele sorriu - Estou aqui com você de verdade, Marinette!

Adrien passou seu polegar por cima de minha mão e naquele momento eu soube que ele estava lá.

- Você não é mais um anjo?

- Não. - ele continuou sorrindo - Abdiquei disso para que pudesse ter uma vida com você.

Senti as borboletas em meu estômago se revirarem.

- Tenho tantas perguntas... - falei.

- Eu sei. E vou reponde-las! Mas primeiro, preciso que fique bem logo.

Com isso, Adrien apertou um botão ao lado da cama. Uma enfermeira acompanhada de um médico entrou.

- Que bom que acordou, senhorita Dupain-Cheng. Vamos fazer alguns exames em você, tudo bem? - o médico disse.

Concordei, apenas.

Só não conseguia acreditar no que estava vendo. Talvez eu tivesse morrido e isso fosse tudo uma ilusão da minha cabeça.

Eu realmente valia o preço para Adrien deixar de ser um anjo por mim?!

...

Quatro semanas haviam se passado desde que acordei no hospital após o acidente que aconteceu na escola. Nesse meio tempo, recebi muitos presentes e paparicos dos pais e dos alunos que havia salvo. Também apareci em capas de jornais e revistas, virei matéria nas redes sociais e recebi uma grande gratificação em dinheiro do governo e do ministério do trabalho, mesmo que eu não achasse justo receber toda aquela quantia por apenas ter seguido meus instintos e amado meus alunos. Recebi um pedido de desculpas oficial de Lila Rossi e do diretor Damocles, junto com um pedido para que eu voltasse a lecionar no colégio após a reconstrução.