Alone At Christmas || SongXueXiao

ੈ┊TWO･:⊹.

Acordou no dia seguinte muito cedo, por volta das sete. Enrolou pelo menos dez minutos antes de se levantar e ir ao banheiro. Resolveu colocar um conjunto de moletom preto para ir até o lago. Mesmo estando ali a alguns dias, não havia tirado tempo para observar a paisagem mais de perto.

Foi até o píer mais próximo, já que havia vários ao redor do enorme lago e ficou em pé na ponta. Fechou os olhos e sentiu o vento gelado bater em seu rosto, o deixando com um pouco mais de frio, apertando as mãos dentro dos bolsos da blusa. Seu nariz e bochechas estavam avermelhados, mas nada muito exagerado.

— Não sabia que gostava de ficar aqui. — Xue virou para trás e quase xingou alto, não queria ter o encontrado tão cedo.

— Ainda me pergunto como não nos encontramos, já que você e eu viemos aqui todas as férias.

— Hm... Fazem pelo menos três anos que não venho passar as férias aqui com minha irmã.

— E três anos atrás eu ainda viajava com a minha família.

— Por que se afastou de sua família? — indagou, se aproximando e parando ao lado dele, olhando distante.

— Ah. É meio estranho. Eu e meu irmão não nos damos muito bem, e meus pais tem certa preferência...

— Isso existe? — olhou-o curioso.

— Pode parecer incrível, mas é. É um pouco diferente, porque somos adotados.

— Acho que faz sentido. — assentiu minimamente, voltando a olhar para as árvores longínquas. — Eu e minha irmã sempre nos demos bem. Somos inseparáveis. Eu sempre cuidei dela.

— Isso parece ótimo. — agora Yang quem levou o olhar para o outro, observando atentamente seu belo perfil. De fato Xiao tinha um perfeito rosto, sua pele era impecável e seus cabelos longos presos em um coque o deixava charmoso. Agora Chengmei percebeu que nunca o vira de cabelos soltos.

— Você não se parece nada com o que dizem por aí.

— É que infelizmente, para meu azar, você conheceu Xue Yang e não Xue Chengmei.

— Então quer dizer que fica fingindo?

— Eu não diria fingindo. — virou a cabeça em direção ao chão, olhando o píer de madeira.

— Quero entender seus motivos de ser assim tão... Autodefensivo.

— Qual é. — riu baixinho e percebeu que Xiao o encarava. — O que tem de tão interessante em mim?

— É intrigante. Pra mim, tudo sobre você é intrigante.

— Tá carente, Xingchen? — acabou rindo baixinho novamente. — Porque sua escolha não foi muito boa, eu não quero conhecer você.

— Tá fazendo aquilo.

— O quê? — franziu o cenho.

— Fugindo.

— É óbvio. Você tá me perseguindo sem razão aparente e mostrando um interesse muito esquisito, por que eu não fugiria?

— Tem razão. Posso estar sendo inconveniente. Mas estamos falando de você, Xue Yang, você é diferente.

— Para. — suspirou frustrado. — Só para com isso. Você tem uma vida perfeita, tem uma irmã legal e seu melhor amigo é o cara mais amado da universidade. Por que perder tempo com o mais odiado? Você tá buscando algum tipo de aventura? Porque eu não sou uma floresta mágica, cheia de elfos e fadas esbeltas. Não precisa disso.

— É assim que vê? Vida perfeita? Alguém como vilão e mocinho, e por isso não podemos sequer nos falar? Sua cabeça é muito fechada.

— Não é fechada, eu só aprendi a estar no meu lugar.