𝐈𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄

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𝐎𝐒 𝐁𝐄𝐈𝐉𝐎𝐒 𝐃𝐎𝐂𝐄𝐒 em frente ao rio os deixavam sem sentidos. Nada mais importava do que seus lábios conectados e as pontas de seus dedos tocando os rostos um do outro suavemente.

A Lua Cheia brilhava acima deles, tão brilhante que ofuscava qualquer outro ponto brilhante no céu. Grace encontrava-se num estado puro e verdadeiro de paz enquanto o beijava, enquanto beijava o herdeiro do trono de Inglaterra.

O som dos grilos chegou aos ouvidos de ambos, estavam tão solitários quanto podiam. Solitários por entre a moita verde e baixa em frente às águas do rio rodopiante e com um tom escuro de azul, a Lua refletia no seu topo e a breve brisa fazia a água se agitar quase imperceptívelmente.

Flores azuis agitavam-se com o vento e transmitiam um aroma delicioso.

Henry acariciou a cintura da amada com o mínimo de velocidade possível, tentando conseguir obter a capacidade de guardar aquele momento para todo sempre, fosse lá o que isso fosse.

Se se soubesse do desaparecimento do príncipe todas as noites um escândalo transbordaria o reino. E nada mais Henry poderia fazer para o evitar, o simples motivo do seu desaparecimento já poderia ser considerado um escândalo em si.

O príncipe de Inglaterra beijava os lábios de Grace com adoração, uma camponesa cujo objetivo de suas mãos e de sua jornada de vida estavam longe de se cruzar com a realeza.

Os fios de cabelo da garota, loiros como o ouro mais caro que se poderia obter, reluziam com as luzes da noite. Se afastaram com relutância, o vestido simples e de um tecido barato de Grace raspava na grama. Já estava velho e fios de desgaste começavam a aparecer em sua saia.

Os olhos azuis de ambos estavam vidrados um no outro, pareciam querer mergulhar num oceano imenso e ficar ali. Onde ninguém os acharia e onde poderiam ficar, afundados em seus próprios sentimentos.

Sentimentos que nunca seriam aceites nos seus anos de vida.

E, no entanto, mesmo Henry tendo consciência de que o falecimento de seu pai estava cada vez mais perto e, consequentemente, a sua união em matrimónio com a filha do Rei do reino vizinho ele não conseguia parar de se ver hipnotizado pela garota à sua frente.

Grace pestanejou, o brilho em seu olhar se assemelhava ao brilho de uma pedra preciosa. Pelo menos, era isso que Henry sempre tinha a tendência para recitar.

Não era a primeira vez que a garota se apaixonava. Mas era a primeira vez que ela se sentia prestes a cair em ruínas todas as vezes em que se recordava do destino que realmente tinha. Grace tinha a sensação de quebrar e de se desfazer em múltiplas partes, partes que restariam do seu coração assim que visse a morte e o casamento de Henry com seus próprios olhos.

Seria mortal demais para si, mesmo a sensação se assemelhando a algo a que ela não resistiria, ela o faria. Resistiria para sempre, ao contrário do príncipe à sua frente, Grace sabia o que era o "para todo sempre".

- Minha querida, já lhe disse o quão linda está essa noite? - ele sussurrou, inclinando-se para beijar a mão da garota num gesto de cavalheirismo.

Grace sorriu, suas bochechas ficando rosadas tanto com a brisa tanto com os beijos delicados de Henry em sua pele arrepiada.

- Receio que sim, príncipe Henry - murmurou, seus olhos procurando pelo brilho dos olhos dele.

O garoto envolveu a cintura dela com certa posse.

- Apenas Henry, Grace, apenas Henry.. - pediu com sua voz ligeiramente rouca. As pontas dos dedos dele passearam pelo rosto da garota conforme retirava alguns fios de cabelo de seus olhos. - Não quero ser um príncipe quando me encontro em sua presença, Grace. Não.

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𝐈𝐌𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 𝐒𝐇𝐄, 𝐑𝐄𝐓𝐔𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐌𝐄Where stories live. Discover now