13 - (Terra/Mar)

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Eu me sentia tão humano, um dia todo na superfície me fez me sentir muito ligado a minha mãe. Sempre que eu olhava para Ella, eu sentia que minha mãe estava comigo. Pés no chão seco, eu olhava meus pés sempre que ela se distraia, minhas pequenas asas se moviam com o ritmo da minha ansiedade, era um sentimento tão estranho ... bom, mas estranho.

Segurei sua mão e caminhamos pela areia, ela tinha medo do mar agora, e eu não podia permitir isso, eu era o mar, as ondas, a profundeza e as ondas. Seus olhos acompanhavam as linhas do horizonte e ela mordia os lábios nervosamente. Eu queria beija-la de novo, ela tinha um sabor doce, como eu nunca tinha provado. Apertei sua mão e a trouxe aos meus lábios, depositei um beijo demorado, a peguei de surpresa porque ela sorriu e mexeu no cabelo, timidamente.

- Esta pronta? – surrei baixo em tom de encorajamento

- Não – ela riu fraco, declaradamente nervosa

Eu podia sentir seu coração batendo alto, andei ate estar frente a ela e peguei sua outra mão. Segurei as duas e ela me encarou, um pouco surpresa.

- Feche os olhos – falei num tom suave – confie em mim

Ela fechou os olhos, sorriu de leve. Fui puxando ela um passo por vez e ela me acompanhou. Devagar demos passos e passos, comecei a cantarolar uma musica que minha mãe me ensinou quando era criança :

Sembré todas mis semillas

En árboles bajo el mar

Sembré todas mis semillas

En gritos de libertad

Ela continuou a andar ate chegarmos no começo do mar e as primeiras ondas encostarem nos seus dedos do pé, ela parou e me puxou levemente. Eu entendi o medo dela. Soltei suas mãos e dei a volta nela, coloquei minhas mãos em sua cintura e me aproximei de seu ouvido, afastei seus cabelos do ombro para que ela pudesse ouvir minha voz mais claramente.

- Eu estou com você – comecei falando e ela, sua respiração acelerada era visível – vamos entrar no mar e não tem ninguém mais confiável do que eu para você estar junto nesse momento

- Muito confiável da sua parte, príncipe dos mares – ela respirou fundo – então um passo de vez

- Um passo de vez – com as mãos em sua cintura fomos andando para dentro do mar devagar até estarmos na altura da cintura.

Ela abriu os olhos e eu dei a volta e fiquei de frente a ela. Ela me olhou e riu

- Tudo bem? – queria ter certeza que ela estava bem

- Acho que sim – ela respirou fundo – vamos mais fundo?

- Vamos sim – passei a mão por seu rosto – Mas antes, uma coisa

Coloquei minha mão em seu rosto e a beijei de novo, seu gosto doce logo tomou conta de mim de novo, e ela era minha, ela me abraçou e se entregou. Sua língua brincava com a minha e eu sentia seu sorriso formando no rosto, dessa vez não havia o gosto salgado de suas lagrimas, a puxei para mais perto de mim, nossos corpos estavam tão colados que eu podia sentir seu coração acelerado em meu peito. Minha vontade era de mergulhar com ela, e leva-la ao meu quarto e passarmos a noite a sós, beijando e passando minha boca em cada curva de seu corpo, mas a cada respiração dela eu lembrava que essa descida a mataria.

Me afastei porque meu corpo nitidamente já indicava que se continuássemos as coisas iam mais longe do que tínhamos pretendido além do simples mergulho. Ela riu meio sem graça quando percebeu que ela também havia talvez passado do limite, mas me beijo de novo levemente nos lábios de uma maneira tímida.

- Vamos mergulhar, precisamos de água gelada se não vamos ferver esse mar – ela riu e piscou para mim

Sem Amor em TalokanWhere stories live. Discover now