Pequenas vitórias

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6 de maio de 1873 – Londres, Inglaterra


A performance foi comovente, encontrar palavras para descrever a beleza inata disso foi difícil. Quando ela terminou a última linha da última música, Dara sabia que ela havia feito a melhor performance de toda sua vida, e depois, o público a bombardeou com flores e pequenas bugigangas de agradecimento.

O'Sullivan a puxou para um grande abraço, quase engolindo-a com seu tamanho. Ela sentiu um parentesco com o homem que poderia ser descrito como família, ele era como um tio orgulhoso. Sua herança irlandesa apenas aumentou essa ilusão e Dara se importava muito com ele.

— Você fez um trabalho tremendo, Dara, eu nunca deveria ter duvidado de você—

Ela envolveu seus jovens braços ao redor dele, o melhor que pôde, e retribuiu o abraço. — Obrigado, O'Sullivan, mas é Erik quem merece o elogio. Sem suas constantes negociações e instruções especializadas, eu ainda estaria ganhando uma vida miserável nas ruas da Irlanda—

O'Sullivan riu, sua barriga redonda tremendo como São Nicolau, e a abraçou ainda mais forte. —Sim, Erik foi um achado, embora tenha sido ele quem me encontrou—

Dara o deixou lutar contra a multidão enquanto se dirigia para o camarim. Ela estava ansiosa para sair dessas roupas confinantes e vestir roupas mais práticas que Erik havia comprado para ela.

— Onde ele está, afinal?— Ela perguntou.

— Ele foi desviado após a chamada ao palco, muitos queriam parabenizá-lo e acho que até alguns Jornalistas queriam entrevistá-lo—

Dara sorriu com uma risada, sabendo que Erik estava fazendo tudo o que podia para evitar chamar a atenção para si mesmo. —Talvez eu devesse resgatá-lo—

O'Sullivan observou a garota exausta seguir em direção ao saguão principal, em busca do homem a quem ela devia sua vida.

Ela o encontrou, parecendo uma pantera encurralada, tentando evitar as perguntas que lhe eram lançadas de todas as direções.

—Senhores, Monsieur Dustler está muito cansado e seu tempo é precioso por favor, agende um horário através do contato público do teatro se desejar uma entrevista— Disse Dara aos Jornalistas.

Todos os olhos se voltaram para a bela e jovem diva enquanto ela assumia o comando da situação.

—Senhorita Byrne, é verdade que ele foi nomeado seu guardião, ou há mais em seu relacionamento do que isso?— Perguntou um dos jornalistas.

Ela sorriu, tentando esconder seu aborrecimento, mas seus olhos eram adagas de intolerância quando ela os fixou no homem que havia falado.

—Monsieur Dustler foi nomeado meu guardião, mas, o mais importante, ele é como um irmão para mim, isso satisfaz sua curiosidade?—

—Então ele continua solteiro?— Questionou outro jornalista.

—Sim—

—As patronas da ópera estão interessadas em saber mais sobre ele, ele é, sem dúvida, rico e incrivelmente talentoso, toda a Inglaterra sabe sobre a deformidade que ele cobre com a máscara, mas querem saber mais—

Erik conseguiu se esconder nas sombras e estava observando Dara lidar com a pressão de suas perguntas em seu nome, ela realmente era uma dádiva de Deus.

Por que diabos eles querem saber mais sobre mim? Erik se perguntou.

As pessoas nunca paravam de surpreendê-lo com seu zeloso senso de curiosidade.

A CARTA - O Fantasma da ÓperaWhere stories live. Discover now