55 | Treasure of 1750

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HARRY
1750

Eu não gostava exatamente do termo "tempos difíceis", porque eu tinha muita sorte, mesmo sendo alguém sozinho, ainda tinha tudo que me deixaram.

Mas também era um motivo de perseguição, não física, mental, as pessoas tinham raiva dos que conseguiam se manter de pé.

E só compravam de mim, porque era o único que vendia verduras realmente boas e por um bom preço.

Viajava com os soldados, diziam que eu tinha uma visão do futuro, além do que qualquer um. Tinha contato direto com dinheiro vivo, nunca viram tantas notas depois que me conheceram.

Mas a verdade precisava ser dita, o primeiro-ministro gostava de mim até o dia que eu falhasse, o que me fazia sentir a pressão sobre mim.

Todos os lugares de plantações do governo foram escolhidos por mim, com a promessa de ser uma das melhores terras, mas aquilo era só benefício para a família real.

Até o dia que descobriram que eu também poderia ser ótimo com vendas fora do país, não que eu fizesse a maior parte, mas foi eu quem descobriu que as pessoas poderiam ter interesse em comprar alimentos, ou produtos que usávamos para as plantações.

Eles mandavam a mercadoria para mim, era uma forma de me manter nos negócios, frutas e verduras sempre frescas, e depois, quarenta e cinco por cento do valor voltava.

Mas muitas pessoas sabiam um total de zero coisas sobre mim, só que eu morava em uma casa maior que as outras, viajava misteriosamente e vendia frutas e verduras.

Mas algo mudou na minha última viagem para a capital, encontrei uma coisa valiosa.

Não era um objeto, mas sabia que valia ouro.

Toquei na cintura dela e apertei levemente.

- Oi. - Sussurrei.

Soltou a vela e ficou imóvel, com os braços ao lado do corpo, e percebi a respiração mudar, franzi o cenho, e me afastei.

- O que está fazendo? - Sai de trás dela.

Me encostei no balcão, o sol caia e ela já tinha a casa toda iluminada por velas.

- Somente acendendo as velas, senhor. - Evitou me encarar.

- Anna... - Ri nasalmente. - Não sou senhor, sou o Harry. - Era óbvio, mas ela parecia não entender. - Já deve fazer uns três meses que venho dizendo que não te trouxe para trabalhar...

- Não vejo sentido em ficar aqui sem fazer nada. - Cruzou os braços, ainda me evitando.

- Você não sai, eu já disse que pode. - Ri baixo. - Na verdade, não sou eu quem diz o que pode e não pode.

- Desculpe. - Foi só o que disse.

Suspirei, a encarando, nitidamente desconfortável e talvez com medo, quem saberia? Ela nunca dizia, só ficava estranha toda vez que eu a tocava.

- O beijo ontem, eu pensei que...eu podia, desculpe. - Me referi ao toque. - Esqueço que não gosta que te toquem assim.

Ela me lançou um olhar pela primeira vez, e apenas saiu.

A verdade era que eu já estava apaixonado por ela desde o dia que a vi no bar, pensei que fosse um bom emprego, passei dias lá e sempre vi ela atrás do balcão, jamais sorrindo, mas me tratava com gentileza. Mas nunca pensei que ir ao bar a tarde era diferente da noite, foi quando eu soube o motivo de ser tão séria com homens.

Na noite em que apareci lá, presenciei muitas falas horríveis diante dela, mas eu não podia me meter, não sem uma arma, era abrir a boca e morrer, e não a encontrei depois que o bar fechou.

In another life • Harry Styles Where stories live. Discover now