Capítulo único: Terra de ninguém.

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“Guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam por decisão de velhos que se conhecem, se odeiam, mas não se matam”

Erich Hartmann - piloto alemão.

'Amanhã não atirem, nós não atiraremos'.

Primeira guerra mundial

Dezembro de 1914

— Preparar…Atirem!

A ordem foi dada em tom alto e claro, seguido pelo som dos estampidos dos rifles. Diante do capacete, não eram vistos os rostos dos homens que se camuflavam em buracos chamados trincheira.

— Já está bom, soldados! Descansem! — dizia o comandante do pelotão inglês.

— Ufa! —  fala um dos homens, com um pequeno cigarro na boca, se permitindo por hora relaxar um pouco, se sentando da forma que dava.

— Já estamos em dezembro! O Natal está bastante próximo, sabia? — dizia o soldado Asuma que sempre mantinha um cigarro em seu canto da boca, para um rapaz bastante jovem ao seu lado que se encontrava pensativo e um tanto triste.

— Eu só queria estar em casa! Nunca passei o natal longe da minha família. — o jovem suspira — Mesmo mandando cartas, queria mesmo estar em minha casa confortável.

— Ah, Sasuke! — o homem bate de leve no ombro do rapaz — Todos nós queríamos. Ainda mais que as condições da trincheira estão cada vez piores.

— Chegaram as cartas! — Avisa  o homem passando pelos demais na trincheira apertada alemã — E tem parentes!

Passou o homem recém chegado pelos demais ali apertados fazendo a entrega de diversos pequenos embrulhos simples.

— Shikamaru… Minato…. Neji…. Naruto!

— Eba! — Fala o jovem loiro sorrindo ao pegar o simples embrulho, como se fosse o maior tesouro.

—Naruto, francamente! — diz um Shikamaru desanimado, sentado do seu lado — Fica com essas coisas como se fossem tudo nessa vida!

— E é! Na verdade, é tudo que conheço de uma vida feliz! — Naruto responde sério.

Guerra nunca é fácil, bem sabemos. Na primeira guerra mundial, o esquema dos combates ocorriam devido a um sistema de trincheiras. Eram buracos e valas construídas pelos soldados para os mesmos se camuflarem e ao mesmo tempo acertarem os inimigos.

Para os soldados no entanto, não era fácil viver nessas trincheiras. Nem entre os aliados, nem entre os inimigos. O lugar era gelado, úmido e propenso a doenças. Por vezes os soldados passavam dias nessas trincheiras sem que nenhum ataque fosse desferido de qualquer lado.

Estava perigoso conviver nessas trincheiras, e os combates e avanços no mês de novembro na região estavam colocando o local em sério risco de inundação nas trincheiras, devido a destruição geografia do lugar. 

No dia 24 de dezembro, nas trincheiras, do campo de Flandres, localizado na Bélgica, estava bastante frio, e tudo que se encontrava por lá estava congelado.

Nesse momento, os soldados alemães resolveram preparar uma pequena celebração para festejar o momento que viria. Para muitos soldados presentes ali, era a primeira vez que estavam passando seus natais longe das suas famílias. Então, sem se preocupar com mais nada eles preparavam um pequeno enfeite de árvores de natal e acenderam velas em meio às trincheiras, numa tentativa de representar as luzes.

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