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O rapaz se encolheu, de forma que demonstrava que estava assustado e com medo. Eu tirei meus óculos, o pendurando entre os botões do jaleco.

— Não chega perto! — Ele diz, num tom nada amistoso, porém talvez até um pouco infantil demais.

— Tudo bem, não irei chegar perto. — disse, erguendo minhas mãos em um sinal de paz e então me sentei na cadeira, onde deveria estar de frente pra ele, mas o rapaz estava tão afastado que parecia que ia entrar dentro da parede.

Nos encaramos por um tempo, então o garoto meio que se aproximou, pegando a folha que rabiscava e voltou a rabiscar de novo, sem dar qualquer tipo de atenção pra mim.

E apenas passei a reparar nele, no quanto aquelas mãos adultas seguravam os giz de cera, o quanto pareciam frágeis e medrosas.

Ele apenas fazia linhas tortas na folha, não parecia haver sequer um significado, nada que pudesse ser compreendido.

Não era na folha, nem no desenho. Era na forma que o garoto segurava o giz. Tão forte que poderia o partir no meio.

E foi exatamente o que aconteceu no momento seguinte.

O giz azul quebrou, em sua mão, enquanto podia ver seus dedos um tanto azulados por conta do pozinho que caiu do objeto. O rapaz se enfureceu e tacou o giz na parede, tampou o rosto e começou a chorar.

Eu fiquei estático, naquela cadeira, vendo o garoto chorar como uma criança de cinco anos faria numa situação igualzinha a essa.

E ele não me percebeu quando me levantei e me aproximei dele, para minha sorte.

Mas ele tremeu quando segurei as mãos dele, de forma delicada, tirando-as de seu rosto.

— S-Solta... — Ele disse, choroso, enquanto fungava, derrotado.

— Te incomoda? — Ele assentiu e então o soltei devagar. — O giz se partiu ao meio, mas não se preocupe, você pode conseguir um novo.

— Mas eu gosto desse! — ele gritou, tampando o rosto de novo. Eu o observei, pegando o giz quebrado no chão.

— Não é porque gostamos muito de uma coisa que significa que podemos tê-la. — Falei, o vendo tirar as mãos do rosto, ainda chorando. — Nem sempre isso pode acontecer.

— E agora? — Ele fez um biquinho. Sorri, me sentando da forma que ele estava sentado, e peguei o giz em minha mão.

— Evite fazer muita força quando for desenhar. Assim, eles não irão quebrar. Você pode pintar devagar e a tinta irá sair perfeitamente. — peguei a folha e risquei a mesma e então ele abriu mais um pouco os olhos, curioso. — Viu? Um pouco de delicadeza não vai te fazer mal.

Ele assentiu, limpando as lágrimas e eu vi seus lábios se abrirem em um sorriso.

Eu engoli a seco, seu sorriso tão feliz, pura felicidade. Uma felicidade genuína.

— Seu sorriso é muito bonito. — eu disse, vendo ele me encarar e sorrir ainda mais, com as bochechas rubras.

— Qual seu nome? — Ele se mexeu, se aproximando e pegou o óculos que estava pendurado em meu jaleco e colocou no rosto, ficando um tanto atordoado. — Ah... É muito forte. — ele tirou o acessório e ficou o observando.

— Sim, é um óculos de grau muito forte. Eu sou quase cego. — Contei, vendo seu olhar surpreso. — E meu nome é Jimin.

— Meu nome é Jungkook. — Estendeu a mão, me entregando os óculos e então o peguei, colocando em meu rosto, podendo vê-lo com mais nitidez. — E você é lindo sem óculos.

𝐎 𝐩𝐚𝐜𝐢𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐬𝐞𝐢𝐬: PJM+JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora