25' [ quero ser livre ]

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'NARRADOR point of view

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'NARRADOR point of view

João só queria que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo, que quando acordasse, Pedro estaria lá

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João só queria que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo, que quando acordasse, Pedro estaria lá.

Mas ela tudo realidade.

Quando adentrou no hospital e correu em direção ao quarto de Pedro sentiu que tudo ja estava perdido. Fernando sentado em uma cadeira chorando sem parar e a moça da recepção tentando o consolar, mas ela também chorava.

Entrou no quarto de Pedro vendo todas as luzes apagadas. Onde estava aquele garoto sorridente que tanto amava?

Pedro estava deitado em sua cama, mas seus olhos estavam fechados.

— Fique comigo, vamos dar um jeito nisso - João pediu levando suas mãos trêmulas até o rosto do seu garoto.

Viu uma pequena lágrima cair de seu rosto. Pedro estava ouvindo tudo o que falava.

— Eu não aguento mais - se João não estivesse tão próximo de Pedro, com certeza ele não teria ouvido aquilo.

— Por favor Pedro, eu preciso de você - sussurrou.

— Eu amo você, João - Pedro sussurrou e com muita dificuldade levou sua mão até a mão do cacheado — Você é meu primeiro e único amor.

— Não me deixe, por favor - implorou.

— Eu quero isso, amor - Pedro disse, ele gaguejava, estava difícil falar — quero ser livre.

— Amor.. - João disse deitando sua cabeça na cintura do moreno.

— Eu quero te agradecer - tossiu e tentou respirar fundo — Você me fez feliz como nunca.

— Eu posso te fazer mais, fique comigo.

— Eu te amo tanto - Pedro sussurrou — Só que eu não quero te prender aqui, não nasci para viver em um hospital.

— Você não esta me prendendo, nunca esteve.

Eles choravam, nenhum dos dois estavam prontos.

— Quando você me beijou pela primeira vez, eu senti que seria seu para sempre - sorriu diante as lagrimas — E eu sou seu, seu garoto.

João queria gritar. Estava vendo seu amor partir em sua frente e não podia fazer nada para impedir.

— Promete nunca abandonar a música? - levantou seu dedinho.

— Eu não vou abandonar - João entrelaçou seus dedinhos — prometo.

Promessas nunca eram quebradas.

— Você é o garoto mais forte que eu já conheci - Pedro sussurrou — Eu te amo daqui ate as estrelas.

E João começou a chorar sem parar.

Aquela frase, lembrava da primeira vez que disse isso para Pedro. Doía tanto.

Sentiu o carinho na palma de sua mão parar e conseguiu ouvir aquele barulho, que significava que ele tinha o perdido.

Então, ele chorou em cima do corpo do amor da sua vida.

— Não me deixe, Pedro! Não faça isso comigo, eu imploro.

Sentiu uma mão em seu ombro, era Fernando.

— Vamos sair daqui - Fernando sussurrou, ele tambem chorava.

João negou com a cabeça.

— Isso é tudo um sonho e vai passar - disse nervoso — Vai passar, vai passar.

Seu corpo começou a ser puxado. O que estavam fazendo?

— Me soltem - gritou se debatendo — Pedro!

—Por favor, João - Fernando disse em meio a soluços.

— Ele vai acordar - disse — Pare com isso!

Tanto esforço e finalmente conseguiram tirá-lo do quarto.

O que iria fazer agora? Ele perdeu tudo.

João ja tinha imaginado muitas coisas em sua vida, mas nunca imaginou que veria seu garoto sendo enterrado.

Ainda não tinha aceitado, ele nunca iria aceitar. Ele se sentia vulnerável, como nunca antes.

Toda sua força, que ele pensava que tinha, havia ido embora.

A dor era real.

Sempre soube que aquele seria o final de Pedro, pensou que estava preparado para quando isso fosse acontecer. Mas estava errado

(...)

Quando viu o cerimonialista terminar, caiu a ficha. Pedro não estava mais ali, o garoto que ele cuidou com tanto carinho não estava mais ali.

Se perguntava porque aquilo estava acontecendo com ele? Era uma forma de pagar todos seus pecados? Porque Deus estava sendo tão cruel?

Ele se virou e abraçou sua prima, chorou baixinho pedindo que tudo aquilo fosse mentira.

— Te encontro no carro? - Gio perguntou e viu João concordar com a cabeça, deixando o local em seguida.

João estava parado olhando para a pequena foto que tinha de Pedro. Seu nome e sua data de nascimento estavam ali.

Apoiado sobre o túmulo, João viu uma borboleta pousar ao lado se sua mão.

Mas não era qualquer borboleta, era uma borboleta azul.

(...)

— Eu sei o quanto dói - se virou vendo um menino desconhecido — Pedro era um garoto incrível, não merecia isso.

— Quem é você? - Perguntou sério.

Era sério? Um garoto que nunca viu na vida falando de Pedro.

O menino vestia uma camisa preta e uma calça também. Seus cabelos eram loiros e os olhos claros.

— Henrique Silva - ele estendeu sua mão para João - Ex-namorado de Bruno.

E agora tudo fazia sentido.

Eles dividiam a mesma dor.

— João Romania - apertou a mão de Henrique.

meus últimos meses com você - pejãoWhere stories live. Discover now