dōnus riñus (menina doce)

Capítulo 2 : A roupa de cama (NSFW!)

O fogo crepita alegremente na lareira enquanto suas damas de companhia preparam você para a noite. Você olha para as chamas sem ver enquanto Ceryse escova seu cabelo claro e Senna amarra os cadarços no decote de sua camisola, permitindo que as chamas e o calor o embalem em uma falsa sensação de calma.

"Olhe para mim", diz Senna. Você olha para cima - ela está sorrindo com simpatia para você. "Não há nada a temer, princesa."

"Não estou com medo", você responde automaticamente, e é verdade. Você não é - e você é. Você não sabe o que sentir. Esse é o problema, não é? É o não saber, o desconhecido, que o deixa ansioso.

"Sua Alteza será bom para você." Ela não faz nenhum comentário sobre sua resposta, mas você pode dizer que ela não acredita em sua afirmação, por mais hesitante que seja. "Ele te ama."

"Claro que ele me ama, ele é meu tio", você responde distraidamente, mas mesmo o conhecimento de seu sangue Targaryen compartilhado faz pouco para assegurar-lhe tal afirmação. Amor . É uma palavra que tem sido cogitada por muitos ao longo de seu curto namoro, até mesmo pelo próprio homem - mas como ele pode amar uma pessoa que não conhece? Você não sabe que amor um homem como Daemon pode ter por você, se é que existe. Sete anos quando ele partiu, dezessete quando voltou, três luas de namoro e menos de meio ano de reencontro no total não é tempo suficiente para reaprender uma pessoa, mesmo que seja da família.

Você exala trêmulo quando a porta de seus aposentos - o quarto novo e desconhecido ao qual você sente como se mal tivesse tido um momento para se acostumar - se abre, o som de diversão e conversas estridentes da festa de casamento no Salão Principal (mesmo tão longe quanto é) derramando-se enquanto as testemunhas entram. As cadeiras foram colocadas, a tela de madeira já aberta, as cortinas transparentes dispostas para proteger a estrutura da cama - não que qualquer uma dessas medidas sirva para proteger totalmente o leito conjugal de vista. Esconde o suficiente - mas ainda se pode ver o contorno dos corpos, a vaga impressão de movimento. Você teve Ceryse e Senna para ajudá-lo a testá-lo. Você supõe vagamente que este é o ponto - uma roupa de cama, especialmente uma real, deve ser vista. Você firmemente ignora os sussurros baixos, o arrastar e arrastar de cadeiras enquanto as testemunhas tomam seus lugares. Você sabe quem você veria se o fizesse.

Senhor Lyonel. Lorde Corlys. Meistre Mellos. Senhor Tyland. Senhor Lyman. Alicent. Você quase poderia tolerar o que sem dúvida seria uma provação de humilhação, se não fosse a necessidade da presença de sua família -

Pai. Lenor. Rhaenyra.

Parecia cruel para você que Rhaenyra estivesse aqui, feita para se sentar ao lado de seu próprio marido - uma partida de conveniência, nada mais - e assistir enquanto o homem que ela sempre desejou se deitou com sua irmãzinha. Era cruel que seu tio tivesse que consumar um casamento com a sobrinha errada depois de passar dez anos no exterior, afogando suas mágoas pelo casamento dela com Laenor. Foi cruel que você teve que bancar a segunda melhor para Rhaenyra, mesmo nisso, seu casamento, quando você sentiu a sombra dela sobre você durante toda a sua vida - a segunda filha, ainda mais inútil do que a primeira filha. Condenado antes mesmo de começar, você pensa ironicamente consigo mesmo quando a porta adjacente aos quartos conjugais do outro lado da sala se abre com um rangido. Pela súbita cessação do barulho à sua esquerda e a abrupta ausência do calor de Ceryse e Senna à sua frente e atrás, você assume que seu marido chegou. Você não faz nenhum movimento para reconhecer sua presença, mesmo quando seus passos se aproximam de você.

"Ābrazȳrys", ele quase ronrona em seu ouvido, as consoantes rolantes de sua língua materna valiriana expressas suavemente. Esposa . Ele fica na sua frente, bloqueando parcialmente o fogo. Você suprime o desejo de tremer - com medo ou outra coisa, você não sabe. Ceryse e Senna murmuram algo - você não sabe o que - eles partem.