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IZA BLAKE
no dia seguinte, acordei cedinho e me arrumei para a escola como nunca antes. isso por mim, é claro. nos dois últimos dias, minha autoestima esteve destruída, e eu só consegui pensar no como eu era insuficiente perto da maite

mas é mentira, sou bem mais bonita que ela, e bruce me verá mais bonita que qualquer outra no instante que eu chegar na escola com as palavras prontas pra terminar com ele

cheguei no colégio e observei um grande aglomerado de pessoas formadas em um círculo. imaginei momentaneamente ser a maite, mas com as gritarias, fui me aproximando e vi o que eu evitei pensar

— vai pra cima dele, yamada!— um baixinho aleatório gritou

— quebra ele robin — um garoto meio nojento exclamou em seguida

de todos os lados escutei borburinhos. bruce estava claramente meio perdido e teve uma tentativa falha de acertar robin. em seguida, yamada foi surpreendido por um soco no nariz que o derrubou, e arellano subiu por cima terminando de bater no garoto.

por incrível que pareça, bruce conseguiu trocar a posição e socar o rosto do robin, o prendendo e deixando sem escolhas. eu estava enojada, era sangue por todo lado, eu precisava fazer algo

eu estava prestes a entrar no meio da discussão quando a diretora entrou e levantou os dois garotos, levando eles pra diretoria. com todo o entretenimento chegando ao fim, o público vaiou e todos voltaram para suas rotinas normais

robin estava com o rosto inchado e sangrando, e ainda sim não estava tão ruim quanto o de seu rival. mas eu só consegui olhar para ele. assim como eu, o olhar de robin me seguiu enquanto ele era levado para a sala da diretora

— olha as coisas que você causa... — escutei a voz da maite por trás e me virei para ela — soube da discussão antes de toda essa situação?

— eu acabei de chegar....— falei dispersa

— bom, robin acusou bruce de trai-la, da pra acreditar? precisa colocar limites nesse garoto ...

— sabe o que eu preciso? tirar você da minha vida!— ela pareceu surpresa com minha reação — eu vi tudo, eu vi vocês se beijando, acha que pode me enganar até quando?

— você deve estar confusa!

— não não não, pelo contrário— eu me aproximei dela, confrontando-a

— olha iza eu estou profundamente magoada com suas acusações, eu te considero minha melhor amiga e você só tem me desprezado desde que voltei, nem parece mais a mesma, você ficou totalmente metida e além do mais, os olhares entre você e arellano entregam que vocês sempre tiveram um caso. é o que todos estão dizendo

dei uma risada cinica

— bem que robin comentou ...— revirei os olhos

— o que ele disse?— ela franziu as sobrancelhas

— maite, você não passa de uma traidora. e bem invejosa pra constar

— eu? inveja de voce? por favor não é

— não só isso. voce é uma fofoqueira, que distorce as histórias e hoje eu sei exatamente o que você é — bati com o dedo indicador em seu blazer branco — sempre sentiu inveja porque eu não sei ser nada além de mim mesma, enquanto você precisa fingir ser o que não é...

ela deu risada

— todo mundo me adora, louise, pelo amor de deus

— todo mundo tem pena de você. você só fala besteira de todo mundo, e fala mais do que qualquer um que eu já conheci, todo mundo sabe disso. e eu sinceramente estou cansada de escutar sobre a minha vida por outras pessoas graças aos seus contos dissimulados então talvez você devesse simplesmente calar a boca. você nunca cala a maldita boca

— tudo que eu falei sobre você no passado, sobre tudo que me fez passar com o robin, e como você estragou nosso relacionamento, foi tudo verdade, você sabe bem

— ta vendo, você sempre faz isso. pega, distorce, tão manipuladora. eu mal falava com o robin na época você sabe

doi relembrar a época em que ela foi embora. quando a maite simplesmente brigou um monte comigo, me culpando pelo fim do relacionamento dela com robin, vindo com uma acusação maluca de que eu falei mal dela para ele. antes aquilo me feriu muito, mas vejo isso como oportunidade de não deixar a maite me machucar mais

— mas eu acho engraçado que você gastou o seu fôlego falando de mim, me fez sentir meio especial pra falar a verdade — dei uma risadinha — aproveite com bruce

a deixei sozinha bufando de raiva porque a uma hora dessas, robin provavelmente já esta saindo da diretoria

fui me aproximado de lá quando observei a porta do banheiro semi aberta. ele estava lá dentro, se olhando no espelho e tentado limpar o machucado no rosto, apesar de que pelas caretas, deduzo que ele estava indo de mal a pior

entrei no banheiro e fechei a porta para que ninguém me visse, aproveitei que aquele banheiro fica mais afastado e o tranquei. ele estranhou minha entrada mas fingiu não me ver e voltou a cuidar pessimamente do machucado

— desse jeito você vai infeccionar — deixei minha mochila no chão e me aproximei dele, retirando de suas mãos o papel duro que ele estava utilizando para limpar a ferida

— eu não quero ajuda, e muito menos lição de moral, obrigado — ele fez cara feia

— não estou perguntando se você quer — eu peguei a caixinha de primeiros socorros e peguei todos as coisas necessárias — porque fez isso?

— eu não ia bater nele. juro. eu só fui conversar— ele falou seriamente. por um segundo eu acreditei — mas aquele maluco tava testando a minha paciência. ele falou umas coisas horríveis e ainda avançou primeiro. iza você se sentiu super mal quando aconteceu aquilo entre eu e você, pra no fim, bruce estar fazendo mil vezes pior

— você prometeu que não faria nada. eu estava mais que pronta pra resolver isso

limpei os ferimentos do rosto, e coloquei um curativo, em seguida, fui cuidar dos da sua mão

— achou mesmo que eu iria deixar aquele cara te machucar, e não fazer nada?

pensei em silêncio por uns instantes

— eu esperava que sim

— se esperava, porque tinha uma caixinha de primeiros socorros na sua bolsa?

ele deu um sorrisinho cinico

— me pegou— falei finalizando o último curativo — eu não queria acreditar que você fosse fazer algo

— é, normalmente eu não faria

estávamos próximos, senti sua respiração

— o que tinha de diferente desta vez?— perguntei

— você

— eu?

ele assentiu devagar

— eu nunca vou deixar ninguém te machucar. se não for pra ligar pros meus contatos que eliminam o corpo dele da face da terra, eu mesmo dou um jeito

ele deu de ombros, despreocupado

— porque se importa?

robin ficou um tempo em silêncio antes de responder

— o finn te ama muito. sei que ele não suportaria te ver mal

— você não suportaria também— dei risada

— quem sabe, "amiga"— ele respondeu irônico

— amiga?

tornei nossa distância ainda mais curta. ele olhou para meus lábios e em seguida para meus olhos

— amigos?— ele colocou sua mão em minha cintura — parceiros? companheiros?

— apenas amigos, ok?

— está certo— ele concordou decepcionado

rob me deu um beijo na bochecha e foi embora do banheiro e fiquei por um tempo sozinha

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amigos? hm

votem meus amores💗

𝐃𝐄𝐒𝐀𝐋𝐈𝐍𝐇𝐀𝐃𝐎, robin arellano Where stories live. Discover now