...

517 53 6
                                    

-Posso te pedir mais uma coisa? -Perguntou Arthur Bittencourt com a voz fraca.

-Tudo que quiser, pai. -Ela respondeu acariciando suavemente seus ombros e sentindo que ele sorriu com o gesto.

A noite estava linda, e o céu azul noturno, quase como uma imensidão escura, contrastava com os altos prédios de Seul, altos e brilhantes, a cidade em seu ávido movimento enquanto os dois observavam tudo de cima, como se pudessem calar a cidade e ao mesmo tempo a ver se mover.

-Promete pra mim que vai ser feliz, filha. -Seu pai pediu.

S/N pensou sobre aquilo, com todos os problemas que sempre atravessaram a sua vida ela não pensava muito em felicidade para ser honesta. Na maioria das vezes ela apenas estava seguindo seu fluxo, seguindo sua vida no piloto automático.
Ser feliz?
Isso poderia soar um tanto idealizador par ela. Mas ali, com seu pai lhe pedindo de uma forma tão íntima e etérea, ela sentiu o coração se mover.

-Promete que vai sempre ser fiel a quem você é. E que não vai deixar mais as tristezas que eu e sua mãe causamos, fecharem o seu coração para a vida e ao amor. Por favor. -Ele buscou as mãos dela e S/N se agachou a frente sua cadeira para o olhar nos olhos.

-Por favor, me prometa filha. -Pediu mais uma vez.

O ar frio passou entre eles e balançou os cabelos dela. E quando uma lágrima solitária caiu de seu olhar, ela fez que sim com a cabeça.

Arthur Bittencourt sorriu confiando em sua filha, e confiando que teria forças o suficiente para ser feliz.

-Eu amo você, S/N. Sempre amei... -A confissão saiu fraca de seus lábios e o mesmo recostou a cabeça para trás na cadeira.

-Eu também te amo, pai. Tanto... -S/N disse sentindo no coração aquele amor, contudo, os olhos dele pareceram brevemente perdidos e aquilo a assustou.

-Eu... Sempre.... Te amei, S/N. -Seu pai ditou com a voz pausada a fitando S/N por uma última vez.

E quando o olhar dele parou se esvaziando de vida, S/N sentiu que o mundo parou bem na sua frente.

-Pai? -Ela o chamou vendo-o ainda de olhos abertos, olhos abertos e sem vida. -Pai?... -Ela balançou seus ombros sendo tomada pela tristeza. -Por favor, pai... Por favor... Pai? -Ela o chamou desesperada. -Pai! -Gritou dessa vez e se debruçou no colo dele, sentindo o corpo começar a tremer, por medo e desamparo, não sabia o que fazer. -Por favor, fica... Só... Fica.

Mas naquela noite fria, nenhuma súplica dela foi atendida.

2 Much · With Kim NamjoonWhere stories live. Discover now