𝟑𝟖. Sombras do medo

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O tique-taque quase inaudível que os ponteiros do relógio de pulso de Bucky o fez perceber que as horas haviam passado tão rápido quanto os segundos, assim como a tensão aguda e dolorosa em seus ombros pelo longo período diante do seu laptop

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O tique-taque quase inaudível que os ponteiros do relógio de pulso de Bucky o fez perceber que as horas haviam passado tão rápido quanto os segundos, assim como a tensão aguda e dolorosa em seus ombros pelo longo período diante do seu laptop.

Sem dúvidas, o chip encontrado dentro do relicário de Natasha foi a maior descoberta que ele fez em meses, e talvez a melhor pista colhida pela equipe. A primeira descriptografia deu a Bucky o acesso a uma infinidade de dados sigilosos, a maioria delas, relevantes à missão. No entanto, para o seu azar, John não parecia disposto a dar aquelas informações de bandeja, mantendo cada documento dentro de uma criptografia tão criteriosa que deu inveja à Bucky.

Não era impossível para ele ter acesso a todo o conteúdo mantido por anos dentro de uma cápsula do tempo, mas a ausência de ferramentas necessárias perduraram a execução do seu novo programa minuciosamente desenvolvido para invadir o sistema de segurança criado pelo maldito hacker que trabalhou naquele chip.

Os nós entre as fibras musculares das suas costas o torturavam, mas ele não ousaria sair do quarto sem completar aquela missão.

Havia se tornado uma questão de honra.

Ainda que os algoritmos na tela do seu computador portátil fossem mais importantes e devessem receber total atenção de Bucky, o seu senso de espiã era aguçado o suficiente para sentir a presença de alguém atrás de si. E antes mesmo que ele pudesse adivinhar quem era o intruso, o aroma familiar e magnético trouxe a identificação silenciosa de Yelena. 

— Você pretende entrar ou vai ficar parada aí na porta? — Bucky resmungou, os olhos ainda na tela do laptop.

Sempre tão cavalheiro...

Pairando os dedos sobre as teclas numéricas,  Bucky sorriu ao encarar a sua nova companhia sobre o próprio ombro, sem se surpreender com a sua presença. Conhecendo bem Yelena, ele sabia que era uma questão de tempo para ela aparecer decidida a importuna-lo.

Em passos sorrateiros de uma espiã bem treinada, Yelena arrastou-se sobre o vinílico carregando duas canelas coloridas em mãos; o vapor que escapava das bordas demonstrando antecipadamente ser algo caloroso, assim como o cheiro viciante do café.

— Você perdeu o café da manhã — Yelena sibilou, enquanto bebericava sobre uma das porcelanas.

— Isso significa que você sentiu a minha falta? — Bucky não perdeu a oportunidade de  provocá-la.

— Isso significa que a equipe espera que o hacker de plantão se alimente para prosseguir com o que ele estiver fazendo.

Bucky não pode deixar de sorrir, o braço apoiado no encosto para observá-la melhor.

— Oh, entendi. A equipe... Mas isso inclui você, não é?

— Deixarei a sua imaginação responder por você — ela se escondeu sorrateiramente por trás da borda da caneca — Mas ninguém precisa trabalhar de estômago vazio.

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