Capítulo 7

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Richarlison não tinha muitos dias de folga que batesse com as de Son. Afinal, um titular tinha que treinar mais que os do banco, o que para Richarlison não era considerado certo mas não ia reclamar com treinador. Morria de medo do italiano, não iria mentir

O lado bom do Son ser a estrela do Tottenham é que ele só precisava pedir liberação com um sorriso para que o treinador desse um dia de folga para o atacante que por coincidência era o mesmo dia que Richarlison não iria ao clube. Muita coincidência.

O dia para Son amanheceu lindo, ele poderia ouvir os pássaros cantando e o cheiro familiar de café pela casa. Hoje seria um dia especial, teria um encontro com o jogador que não saia da sua cabeça. Se Son pudesse sair pulando pela casa sem que os seus funcionários estranhasse, ele faria.

Tomando seu santo café de todo dia, relembrou da conversa que teve no outro dia com Richarlison e de como o jogador brasileiro parecia tão seguro da sua decisão. Son achava que descobrir uma atração por alguém do mesmo sexo ia fazer que o brasileiro ficasse em crise consigo mesmo mas parece que subestimou o rapaz.

Para Son, quando era mais novo, ser gay era uma coisa fora de cogitação. O país dele não aceitaria, os pais com certeza iria o desertar, sem falar que trabalha em um âmbito preconceituoso. Mas com o passar do tempo viu que não poderia viver uma vida para agradar os outros. Estando com uma vida pessoal abalada, consequentemente sua vida profissional era afetada.

Tudo na sua vida ia bem até vê o Richarlison em campo. O jogador que conseguiu tirar o Everton de uma das posições mais baixas da liga. Era de se admirar a determinação e esforço que ele tinha em campo e quando o brasileiro foi contratado pelo Tottenham, Son sabia que teria que se segurar para não deixar na cara o quanto estava encantado pelo outro.

No começo o camisa 9 não falava muito com os companheiros do time além dos brasileiros. Son tentava se aproximar mas tinha notado a resistência ao toque que Richarlison tinha, o que fez com que o coreano diminuísse as demonstrações de afeto pelo mais novo apesar que não demorou muito para voltar aos abraços.

Depois da copa parece que o sentimento tinha crescido a ponto de não conseguir disfarçar mais. Son queria que Richarlison soubesse que estava gostando dele mesmo correndo o risco de perder amizade. Imagine a surpresa quando percebeu que o brasileiro não estava o ignorando de propósito mas sim porque não conseguia se tocar que estava sendo paquerado.

E quando se beijaram no estacionamento foi como se Son tivesse saído do seu corpo e indo diretamente ao céu. Os amassos que aconteceram no sofá, provando que o camisa 9 sabia o que queria e que sentia desejo pelo mais velho quando gozou ainda vestido só por Son rebolar no seu colo. O veterano sabia que não poderia ir muito rápido com Richarlison nessa parte, então naquela noite resolveu que não iria se apressar e quando Richarlison voltou depois de trocar roupa o encontrou na cozinha.

— Senhor? - Um das suas funcionárias tirou Son dos seus pensamentos

— Sim?

— O senhor Richarlison está na sala o esperando - a doméstica que trabalhava a 2 anos com o coreano nunca tinha visto um sorriso tão aberto como daquele momento

— Obrigado, Olivia! Já acabei aqui

Saindo da cozinha em passos rápidos, Son encontrou o brasileiro deitado a vontade em seu sofá. Não era a primeira vez que Richarlison o visitava mas hoje era uma presença diferente, hoje eles iriam sair em um encontro.

— Todos os brasileiros são folgados assim? - disse Son chamando atenção do brasileiro que simplesmente sorriu de lado

— Eu já sou de casa, Son

EXAGERADO | 2sonWhere stories live. Discover now