Outra Vida Cap.66

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Paulo André



Eu resolvi deixar a Jade na massagem para que ela pudesse relaxar ainda mais para que eu contasse a verdade sobre a Maya talvez a noite, na verdade, eu só queria contar quando chegássemos ao Brasil mas tenho medo da Maya aprontar mais alguma na internet e tudo vir à tona da pior maneira possível. Começo a correr na esteira, numa velocidade absurda, afim de esquecer meus problemas, para tentar espairecer mesmo. Os últimos acontecimentos foram duros para mim, da alegria ao susto, literalmente. Eu casei com o amor da minha vida, viemos curtir a nossa lua de mel num lugar incrível, nossa filha já tá falando papai e mamãe e isso é uma emoção absurda, só que de repente uma bomba caí no meu colo: Eu vou ser avô. Tudo bem que na frente do Paulo André eu tentei ser o mais natural possível, tentei reproduzir o discurso do meu pai quando fui eu contando que seria pai aos vinte e poucos anos, ele me apoiou naquela época e hoje eu dou o maior apoio ao meu eterno Peazinho. Ah, sem falar nesses picos de pressão alta que a Jade anda tendo, isso tá consumindo meu juízo, se eu pudesse ela não sentiria nenhuma dor ou mal-estar, mas infelizmente isso não está ao meu alcance e a única coisa que posso fazer é pedir a Deus pela saúde da minha mulher. Sinto um cara chamar o meu nome em inglês e eu sempre acho engraçado demais a pronúncia mas quando eu vejo o tom sério da sua voz logo meu sorriso se desfaz...




[Moço do Hotel]: O senhor é o Paulo André Camilo do 177?



PA: Sou eu mesmo, alguma coisa?





[Moço do Hotel]: Recebemos uma informação de que a senhora Jade Picon Camilo, sua esposa não é?




PA: O que aconteceu com ela? Eu deixei a minha mulher tranquila fazendo massagem e daqui uns quinze minutos eu iria lá buscá-la.




O desespero bateu. Meu peito apertou. Meu Deus me ajude.





[Moço do Hotel]: Ela não passou bem, mas a massagista alega que em nada teve haver com o procedimento. Sua esposa foi encaminhada para o posto de saúde da ilha. Pedimos que vá até lá.





Meu mundo desabou. Eu nem ouvi mais nada do que esse homem me dizia. Saí avoado de lá, relembrei os tempos em que corria e ganhava provas nos cem metros rasos, afinal, cheguei em tempo recorde ao único posto da ilha.





PA: Cadê a minha mulher? Cadê a minha mulher? Pelo amor de Deus, cadê ela?





Eu urrava para a enfermeira me dá alguma informação sobre a Jade e ela, pacientemente em inglês, tentava me acalmar.




[Enfermeira]: Aguarde um instante, senhor. O doutor Solemón já virá ao seu encontro falar sobre o estado de saúde da sua esposa.





Eu assenti arrasado, passei a mão pelo cabeça em estado de completa devastação, olhei para aquela mulher e praticamente implorei para que ele me desse apenas um spoiler do estado de saúde da Jade, antes do médico vir, é óbvio que ela sabia...




PA: Pelo amor de Deus, só me fala se ela tá bem? Ela tá consciente?





[Enfermeira]: Senhor, acalme-se! Ela está estável e está sim consciente. Aparentemente ela e o bebê estão bem, mas essas informações concretas apenas o doutor Solemón poderá lhe dar, com licença.






Aquela mulher saiu e me deixou literalmente com uma bomba no colo. Eu sentei no banco que tinha na recepção e tentei digerir a peso de suas palavras. Eu tentava organizar as informações no cérebro, então separei parte por parte...



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