conto 2: não demorarei a partir

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Sinopse: Situações de uma vez na vida realmente acontecem... uma vez na vida. Jeon Jungkook começou seu dia com o pé esquerdo: dormiu na praça, teve sua carteira e celular roubados e seu colega de apartamento não o deixou entrar, mas o pior de tudo é que parece que os carros querem matá-lo. Ele conhece Park Jimin em uma cafeteria, que lhe oferece pagar seu lanche e uma carona de Seul à Busan até a casa de seus pais, e Jungkook agarra essa oportunidade, guardando em segredo no seu coração que esse Jimin se parece muito com seu amigo de infância, que morreu de câncer há quase dez anos.

Tamanho: 7 mil palavras.

Jeon Jungkook bambeou em seu andar, prestes a despencar para um dos lados ao mesmo tempo que mantinha os pés firmes no chão

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Jeon Jungkook bambeou em seu andar, prestes a despencar para um dos lados ao mesmo tempo que mantinha os pés firmes no chão. Da boca escaparam risadas sem fundamento, incontroláveis, passeando pelo ar frio da praça como notas solitárias, enquanto seus olhos, ora semicerrados, ora arregalados, não conseguiam distinguir a diferença entre um pombo e um rato com asas. Sentou-se na borda de uma fonte e encheu os pulmões com o cheiro molhado e metálico. Várias moedinhas cintilavam no fundo da água, e Jungkook mergulhou o braço para mexê-las, ver o movimento em câmera lenta, ouvir o barulho abafado, mas satisfatório e começou a sentir a garganta seca. Com as mãos em concha, bebeu a água e banhou seu rosto. Estava gélido e o fez tremer, depois encolheu como um balão de alumínio sugado por um canudinho. O rapaz saiu da fonte com uma cambalhota ㅡ sem saber se foi metafórica ou não ㅡ e derreteu sobre um banco de madeira. Sua mochila não era um bom travesseiro, mas, naquele ponto, ele não iria se mexer antes de umas boas horas apagado. Um último pensamento semi-lúcido brincou com sua percepção de realidade: Jungkook tinha a vaga impressão de que precisava estar morto.

O nascente chegou cedo em Seul, mas quem acordou Jungkook foi um policial, que não o levou para a delegacia apenas porque Jungkook agiu totalmente contrário à sua aparência e se curvou várias vezes em desculpa. Seu pai lhe dizia que estava tudo bem ele parecer um delinquente, com os piercings, as camisas de banda e calças rasgadas e o cabelo descolorido em casa, contanto que ele não agisse como um, senão sua vida boa na capital chegaria ao fim.

Andou aos trancos e barrancos para casa enquanto buscava na mente quaisquer atos vergonhosos que tivesse feito, mas não houve nada além de beber água da fonte pública e literalmente dar uma cambalhota no chão da praça. Parou na calçada, buscou seus óculos escuros na mochila e os colocou no rosto, causando certo alívio ao seu enjoo. Ainda assim, algo parecia fora do comum. Jungkook estava inquieto, como se a luz batesse de um jeito errado ou o vento corresse para onde não deveria ou as pessoas e carros estivessem indo para lugar nenhum, mas isso não fazia sentido, o que o fez pensar que o incorreto de tudo era ele. Contemplou essa reflexão por longos cinco segundos parado com as mãos nos bolsos até que deu de ombros e seguiu.

Olhando de forma despreocupada seus arredores e grato pela existência das sombras das árvores, Jungkook percebeu um carrinho de bebê do outro lado da rua descer sozinho o meio-fio enquanto a mãe apanhava algo do chão. Travou o passo e abriu a boca para gritar junto a outras pessoas que também perceberam e avisaram aos berros. Um carro estava indo direto até o carrinho, o bebê quietinho dentro sem saber o que estava acontecendo, e a mãe só teve tempo de olhar e colocar as mãos na cabeça em desespero, no entanto o carro desviou para o lado cantando pneu. Por um segundo, Jungkook pensou que tudo ficaria bem, até que viu o automóvel indo em sua direção. Ele reagiu a tempo, se jogando para a frente e rolando no chão antes do carro subir na calçada. Graças ao moletom e à calça, ele ficou sem arranhões, mas acabou vomitando o que tinha segurado a noite toda.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 22, 2023 ⏰

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