#06 - Seja o Vulcão

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O Vulcão...

O que falar desse lugar?

Uma pequena ilha no meio do mar.

Ocupada apenas por mim.

Eu?

A guardiã do Vulcão.

Função?

Vigiar o Vulcão.

Por quê?

Porque é o Vulcão.

Eu vivo pelo Vulcão.

Nasci exclusivamente para desempenhar essa função.

O Vulcão merece a guardiã que tem.

E eu mereço esse trabalho.

Mas... o Vulcão?

Por que o Vulcão?

Porque esse é meu destino.

Não preciso me questionar sobre.

O Vulcão precisa que alguém o vigie.

Precisa que alguém o proteja.

Mas do que?

Dos invasores do mar.

Sim, dos invasores do mar.

Eles são tomados por uma infinita curiosidade.

Eles apreciam a terra seca.

Mas eles não podem chegar até o Vulcão.

Como eu sei?

Apenas sei.

Não questiono.

Todos os dias extermino centenas deles.

Repito os mesmos movimentos e os mesmos ataques.

Eles parecem não possuir inteligência.

Utilizam sempre a mesma estratégia.

Eu utilizo sempre minha força total.

Meus poderes flamejantes os carboniza facilmente.

Eu os ataco à distância.

Utilizo meu voo para se aproximar de meus alvos.

Todo dia é dia de peixe frito.

Nunca ousei comer a carne.

E não preciso.

Afinal sou alimentada pela lava do Vulcão.

Eu e o Vulcão somos um só.

O Vulcão é meu lar.

O Vulcão é minha alma.

O Vulcão é minha existência.

O Vulcão sou eu.

E eu sou o Vulcão.

Cumpro minha missão todos os dias.

Esse é meu destino.

Não há nada no mundo que faça mais sentido quanto cumprir minha função.

É uma função simples?

Sim, é simples.

Me agarro a simplicidade de uma função do que a complexidade da existência.

Não tiro os olhos do Vulcão.

Apenas os invasores me tiram a atenção.

E às vezes o mar.

Esse mar...

Mas houve um dia diferente.

Os invasores do mar vieram em maior número.

Eu repeti o que sempre faço.

Mas uma coisa aconteceu.

Meu golpe de fogo foi neutralizado virando fumaça.

Uma criatura maior havia aparecido.

Era um gigante que se arrastava pelas águas.

Usando uma de suas mãos, conjurou um ataque de jato de água.

Eu me esquivei facilmente.

Mas havia cometido um erro ao me esquivar.

O gigante havia se movimentado através do jato para a entrada do Vulcão.

Nunca havia sido desafiada dessa maneira.

O exército do gigante comemora sua suposta vitória.

Percebi que o gigante possuía tentáculos na parte inferior do corpo.

Esses tentáculos cresceram e agarraram o Vulcão.

O gigante colocou as mãos para cima e conjurou uma grande bola de água.

Então seria isso?

Minha derrota se fazia diante de meus olhos.

Todo meu propósito existencial sucumbiria por um gigante do mar que avistei em menos de 6 piscadas de olhos.

Não.

Jamais falharei em minha missão.

No mesmo momento da minha ira, a ilha estremece.

Os invasores correram de volta para o mar.

O gigante arremessa a gigante bola de água para dentro do Vulcão.

A ilha estremeceu e abriu diversos buracos que jorraram lava.

Toda essa lava foi direcionada a mim.

A ilha afunda após o ataque do gigante.

Ele se mantém sobre o mar usando seus tentáculos.

Ele grita repetidas vezes.

Seria o seu grito de vitória, se não fosse o meu golpe vulcânico.

Arremessei uma enorme quantidade de lava sobre o gigante.

Então ele derrete.

Mas para esse golpe tive que me unificar com a lava.

Eu e a lava do Vulcão éramos um só.

Conforme o gigante derretia, uma nova ilha se formava.

Uma ilha petrificada no qual havia surgido um novo Vulcão.

Eu sou o Vulcão.

Eu sou a ilha.

Eu sou a lava.

Mas preciso de um guardião.

Por isso da lava surge uma parte de mim.

O novo protetor.

Um novo eu ocupando um corpo vivo com apenas um definitivo propósito: ser o Vulcão!









































Mas não demorou muito para que os invasores retornassem...




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⏰ Last updated: Jan 22, 2023 ⏰

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Contos de Zagylmizd - VOLUME 01Where stories live. Discover now