Eight

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Olhando para aquela figura pequena e frágil, não tive como não sentir dó. Ele estava muito assustado, o garoto estava chorando, e suas mãos tremiam.

Claramente havíamos assustado ele.

Chan estava sentado no sofá do garoto, ele olhava impacientemente para o rosto de Han, como quem procurava alguma pista. Acho que eu não sou a única que está desesperada para saber o que está acontecendo, já que Chan foi perseguido também.

Me aproximo de Han, desviando das coisas jogadas pelo chão. Não era só ele que estava acabado, sua casa estava toda bagunçada, haviam embalagens de comida chinesa espalhadas pelo chão, roupas amontoadas no canto, e papéis amassados. Era um caos.

Assim que entramos, Han se afastava de nós, até ele chegar às paredes da sala. O importante agora era acalma-lo.

- Não fique com medo de nós, nós viemos te ajudar. - eu disse com um tom de voz baixo, para não assusta-lo.

Ele levantou seus olhos até os meus, e pude ver melhor seu rostinho triste, não achei que teria a mesma sensação de anos atrás. Arrepiei assim que me lembrei do garotinho que chorava.

Fui dominada por um impulso.

Abracei Han, o que o deixou surpreso, mas logo o mesmo se aquietou ali no meu abraço, ele chorou mais, seu choro era agoniante. Aquele garoto não merecia isso, eu não merecia isso, Chan não merecia, ninguém merecia.

Muitas pessoas morreram por causa desses caras misteriosos. Eles são monstros. Eu estava decidida, não iria parar até matar cada um deles, da forma mais cruel possível, essa seria minha vingança.

"vindicta"

- Quem são vocês? - a voz de Han soou no recinto pela primeira vez, de uma forma suave e sussurrada.

- É meio difícil de explicar, mas somos pessoas que querem acabar com isso. - precisava garantir que Han soubesse disso.

- Como vocês sabem do que aconteceu?

Ele estava desconfiado.

- Tentaram me matar ontem, queimaram minha casa, eu perdi tudo o que tinha. - ele olhou com olhos arregalados- Mas achei Chan, que em ajudou, e agora, iremos te ajudar também.

Ele ficou em silêncio por um tempo.

- Sabe...eles ainda não tentaram me matar - fiquei confusa, se eles não haviam tentado o matar, como ele sabia sobre a existência desses homens? - Eles me ameaçam todos os dias, ligam, escrevem cartas, jogam pedras na minha janela...

Então era por isso que Han estava assim, não saia de casa, não tomava um banho, não interagia com alguém, tudo por medo.

- Sabe por que eles fazem isso?- Chan perguntou.

- Eles dizem que eu vou "pagar" pelo que fiz, pois me meti onde não devia.

Olho para Chan, procurando algum sinal de  que ele sabia o que isso significava, mas sem sucesso, não conseguia entender o que se passava em sua mente.

- Você é o único que recebeu ameaças. - Chan diz se levantando - Nenhuma outra vítima recebeu aviso prévio, você é diferente, você deve ter mexido com algo importante para ele...mas o quê?

Dinheiro?

Família?

- Tem certeza que nenhuma outra vítima recebeu ameaças? Foram cerca de quatro vítimas. - eu perguntei.

Chan, que andava de um lado pro outro, para e olha para mim.

- Park Min-ju, a primeira vítima, não recebeu chamadas em seu telefone, e o crime não foi premeditado. - Chan diz, perdido em suas próprias teorias - Lee Sang-ji foi morto um ano depois da primeira vítima, ele era estudante, fazia faculdade de direito, também não recebia chamadas de números desconhecidos.

[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora