Capítulo 19

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Fitou o café quente com biscoitos na mesa, embora adorasse qualquer coisa feita por Haneul nem sequer o gosto adocicado retirou o desânimo nos ombros. Mexeu o canudo em círculos dentro do copo sentada em um dos bancos da cafeteria, mesmo para uma segunda de manhã o movimento de pessoas era grande.

Sua mãe estranharia porque saiu tão cedo de casa, estava sendo difícil esconder o real motivo da sua pouca atenção e noites em claro, mas não havia uma forma de esclarecer sem expor com quem ela acabou se envolvendo.

Quando estava prestes a ligar para Jiwoo a amiga entrou pela porta, de jaqueta e contornos, se aproximou sorrindo e puxou uma cadeira, o mesmo sorriso foi reduzido quando encarou o semblante desgastado de Lana.

— Ele ainda não falou com você?

E nem vai, pensou em acrescentar. Fazia 11 dias? Quase duas semanas, sem vê-lo ou sequer ouvir Choi Mujin. Não fora uma briga de indiferença, sabia, ele estava com o ego ferido ao ponto de fingir que Lana não existia, embora ser ignorada não era nenhuma surpresa para ela dessa vez sentiu, tão forte que nem entendia o porquê chorou como se fosse uma dor insuportável.

— Ele vai falar uma hora — Jiwoo tentou reconfortar.

— Você parece conhecer o Choi Mujin — observou.

— Com tempo acabei percebendo como ele age.

— Não acho tenho esse tempo — Lana retrucou, girando o canudo.

— Por que vocês brigaram mesmo?

Bom, para isso ela não tinha uma resposta ao alcance, já estava sendo complicado admitir a briga entre eles que dizer o real motivo ia requerer mais autocontrole que ela podia oferecer.

— Bobagem.

Jiwoo franziu a testa pouco convencida, mentir para a mulher que desenterrava segredos com tanta maestria era perda de tempo.

— Não é bobagem se você chorou, unnie.

Tocou na mão de Lana com olhar preocupado.

— Estou bem — era uma mentira para si mesma ou Jiwoo?

— Se quiser eu posso falar com ele.

— Você pode me ajudar evitando tocar nesse assunto — recolhendo as mãos ela bebeu o café.

Tentou não soar rude, odiava quando seu aborrecimento acabava respingando nos outros.

— Tudo bem — Jiwoo sussurrou sem graça.

— Foi mal, Ji, tudo está tudo uma bagunça.

— Eu sei — ela replicou. — Só me deixe ajudar quando for preciso.

Ambas trocaram olhares em um consentimento silêncio, não tinha muito que fazer se não aceitar os fatos.

Percebendo o desânimo em seus olhos, Jiwoo puxou o primeiro assunto que veio em sua cabeça, fitando o que havia na mesa.

— Você anda falando com a Kang? — ela indicou para o papel debaixo do celular de Lana.

— Melhor ela falou comigo — esclareceu sem rodeios.

Sem a influência do mafioso nos últimos dias, pegou-se pensando na suposta proposta da advogada, não tinha muito o que ganhar com aquilo e nem queria, no entanto, uma pontinha de curiosidade se instalou nela. Aqueles olhos sagazes não deixavam dúvidas que ela estava disposta a oferecer o que fosse para Lana.

Brevemente explicou para Jiwoo o encontro acidental delas, que ouviu atentamente.

— Não entre nessa — Jiwoo por fim disse, colocando o copo vazio na mesa.

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