𝐗𝐕 ❫ Caso em aberto: borboletas no estômago.

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‼️Leiam as notas finais, por favor!
Deixem o votinho e boa leitura.

Este diário pertence a Roseanne Park

30 de julho de 1965

Eu vi. Eu vi tudo.

Eu tenho insônia e não estava conseguindo dormir. Decidi ir ao pomar. Eu adoro ir lá, me acalma. É lá onde eu pego as maçãs para as tortas da mamãe. Eu só pretendia checar as frutas, mas acabei me deparando com a cena mais horrenda de toda minha vida.

Eu vi ele carregando o cadáver dela dentro de um carrinho de mão. Ele cantarolava "La vie en Rose", sua voz era terrivelmente harmônica. Ele se escondia debaixo de uma capa preta. Parecia a Morte em pessoa, só lhe faltava a foice.

Quando chegou perto da fonte, ele jogou o corpo de Priya lá. Senti calafrios ao ver o sangue se espalhando pela água. Ela estava morta, morta!

Eu estava em choque, meu corpo travou. Eu não sabia o que fazer. A esposa do prefeito foi assassinada e eu fiquei parada lá, olhando tudo como uma idiota!

E então, eu vi seu rosto... e ele me viu também.

Eu corri, corri como nunca corri antes. Como ele pôde fazer uma coisa dessas? Logo ele?

Ele me alcançou, me ameaçou. Eu pensei que fosse morrer quando senti a faca em meu pescoço. Ele disse que tinha motivos para poupar a minha vida, mas que se eu contasse para alguém, eu sofreria as consequências, todos que eu amo sofreriam.

Eu estou chorando enquanto escrevo isso. Ele é assustador, estou com medo. Eu não quero ter que carregar esse fardo, não quero ter que fingir que não vi nada. Não quero ser cúmplice.

O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço?...

7 de agosto de 1965

Aconteceu o que eu mais temia. Ele pegou o Hyuk.

Eu não devia ter ido na delegacia, não devia ter tentado pedir ajuda. Essa cidade é pequena, as notícias correm rápido, é claro que ele ia ficar sabendo!

Agora ele tem o meu irmão nas mãos e me disse para eu procurar por ele sozinha. Todos me veem como uma ingrata. Dizem que eu não quero ajuda para encontrar o Hyuk, sendo que ninguém além de mim pode encontrá-lo com vida. Ele foi bem claro na carta: "Conte para alguém e o garoto morre. Só você pode salvá-lo."

Ele está brincando comigo, tudo para ele é um jogo, e eu sou o peão que ele está prestes a enlouquecer.

É horrível andar por Gwacheon e vê-lo nas ruas, sorrindo e conversando com as pessoas. Ninguém além de mim sabe o monstro que ele é!

Eu vou fazer de tudo para salvar o meu irmão.

14 de agosto de 1965

Tenho que colocar o plano em prática.

Hyuk não tinha nada a ver com essa bagunça toda, e mesmo assim foi morto a sangue frio. Eu nunca vou superar, nunca vou perdoá-lo pelo que ele fez comigo e com a minha família, pelo que ele fez com Priya. Mamãe está arrasada, sempre se forçando a levantar da cama e ir vender tortas. Vê-la sofrer acaba comigo.

A cidade inteira nos deu as costas e tudo por causa dele. Como odeio essa gente hipócrita.

Recebi outra carta ameaçadora, ele disse que eu morreria como o meu irmão se eu reagisse, mas que me mataria em um lugar onde eu teria "paz". (Eu queimei as cartas que ele me enviou, olhar para elas me dava ânsia).

Através do Tempo | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora