Capítulo 25

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Antônio

Assim que chego no prédio em que moro com Lena, observo carros da polícia e da ambulância na entrada. Há muitas pessoas envolta dos veículos, conversando e tentando ajudar de alguma forma. Acredito que sejam meus vizinhos, mas estou pouco me importando, só quero saber onde está minha noiva.

Quando me aproximo da ambulância, vejo ela deitada na maca com paramédicos ao seu redor. Lena está desacordada, com alguns ferimentos no rosto e me pergunto o que aconteceu.

- Senhor, é parente de Lena Beqiri? - o paramédico pergunta para mim.

- Sou o noivo dela, o que aconteceu?

- Vamos indo para o hospital, conversamos no caminho. - subo no carro e me acomodo perto da minha loira.

Mando mensagens para meus homens e minha família para me encontrarem no hospital. O homem a minha frente me olha incerto, diria que com medo de mim, no entanto, começa a me contar o ocorrido.

- De acordo com o que ouvimos, parece que sua mulher recebeu uma encomenda desconhecida. Estava numa caixa enorme e suspeita. Minutos depois ela explodiu no seu apartamento, porque na verdade era uma bomba. Um dos seus seguranças acabou falecendo e outro foi ferido por conta disso. Lena caiu e bateu a cabeça com o impacto da explosão e em seguida desmaiou. Ela tem algum problema de saúde ou ...

- Ela pode estar grávida. - interrompo ele, antes que conclua a pergunta. - Minha mulher pode estar grávida.

- Fique tranquilo, senhor. Vamos fazer de tudo para curá-la.

Sinto que a adrenalina passou, pois estou me sentindo cada vez mais vulnerável com a possibilidade da minha mulher não sobreviver

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Sinto que a adrenalina passou, pois estou me sentindo cada vez mais vulnerável com a possibilidade da minha mulher não sobreviver. Meu irmão, Danilo, e meus pais estão aqui comigo aguardando notícias sobre Lena. Enver está aqui também, junto de seu namorado.

Um médico surge só depois de algumas horas e me sinto ansioso, minhas mãos estão tremendo. Minha mãe segura elas para me dar apoio e beija meu rosto.

- São os parentes da senhorita Beqiri? - confirmamos. - A jovem acabou caindo e batendo com o impacto da explosão, porém não ocorreu alguma convulsão ou sangramento, apenas desmaio, devido ao fato dela provavelmente estar distante da bomba. Vamos tratá-la com analgésicos para controlar a dor e ficará tudo bem em relação a isso, já que não foi grave. - suspiramos aliviados. - No entanto, estamos preocupado com o fato dela estar grávida. Foi uma queda um tanto brusca, temos que verificar se sua placenta não deslocou, apesar de ainda estar em formação.

- E se ela estiver deslocada, doutor? - Enver pergunta.

- Ela pode se soltar do útero, gerando um sangramento e assim podendo causar um aborto.

- Tem chance de perdermos nosso bebê? - questiono completamente assustado.

- Infelizmente sim, senhor Manginello. - o médico diz com pesar. - Vamos fazer um ultrassom e um exame físico para verificar se tem hematomas ou coágulos, iremos fazer o possível. Com licença, vamos preparar a paciente. - ele se retira da sala de espera.

Sento na cadeira, apoio meus braços nas minhas pernas e coloco minhas mãos no meu rosto completamente exausto. Vejo Leonardo entrando no local com sua esposa. Ver Marina sentada a minha frente acariciando sua barriga de seis meses parece um gatilho, porque talvez eu e Lena nunca conseguiremos ter esse momento. Me machuca como se meu coração tivesse sendo esfaqueado.

Leo se senta ao meu lado e passa seu braço pelo meu ombro.

- Lena é forte, Toni. Ela vai conseguir sair dessa.

- Quero que ela e meu filho saiam dessa, irmão. Se não eu não consigo sobreviver.

Já se passou muito tempo, mas ainda não temos informações, o que me deixa desesperado

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Já se passou muito tempo, mas ainda não temos informações, o que me deixa desesperado. Meu irmão saiu têm alguns minutos para falar no telefone e quando retorna, seu semblante está sério.

- Blake fugiu do galpão. - sua voz está ameaçadora.

- Merda.

- Provavelmente vai querer terminar o serviço e matar Lena, temos que estar prontos. - concordo com ele. - Tenho um plano.

Enquanto conversamos, um enfermeira aparece dizendo que Lena está acordada e está me chamando. Sigo a mulher até o quarto onde minha noiva está. Seus olhos estão vermelhos e inchados, de quem chorou bastante. Já devem ter contado a ela sobre o bebê e o risco de perdê-lo. Seu supercílio está cortado e com um curativo, além de seus braços estarem com hematomas roxos. Corro em sua direção e abraço sem apertar muito para não machucá-la.

- Como está se sentindo, meu amor?

- Bem, só com um pouco de dor de cabeça. - ela diz baixinho, mas assim que fala seus olhos se enchem de lágrimas. - Quero meu bebê, Antônio. Eu não quero perdê-lo. - seu choro está cada vez mais alto.

- Vai ficar tudo bem, amor. Ele é tão forte quanto a mãe dele e vai sair dessa. - beijo sua testa e tento acalmá-la.

- Sinto como se fosse minha culpa por não ter protegido ele.

- Nunca diga isso, meu amor. A culpa é de Blake, aquele bastardo, que irá pagar caro por isso. Não se preocupe. - acaricio seu rosto por longos minutos.

- Foi tudo tão rápido. O segurança me entregou a caixa, deixei em cima da mesa e fui ao banheiro. Minutos depois, quando voltei, a explosão aconteceu e voei para o outro lado da sala. Achei que ia morrer. - ela limpa suas lágrimas.

- Eu devia ter protegido você. - digo culpado. Lena segura meu rosto e me faz encará-la.

- Você já faz isso e melhor do que ninguém. Estou bem. - coloco a mão em sua barriga e imagino meu filho ali dentro. - Meu maior medo é ele não ficar.

- Nosso filho vai sobreviver, Lena.

Grudamos nossas testas e ficamos assim, em silêncio, por um tempo. Tocamos nossos narizes e sentimos a respiração um do outro. Fazemos uma espécie de oração silenciosa.

Seja Minha - Série Irmãos Manginello (Livro 4) / CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now