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GABRIEL


Sua garganta se move quase audivelmente quando a empurro contra a parede e esse pequeno detalhe, em meio a todos os outros, prende minha atenção.

Quero morder seu pescoço e, alguns segundos depois, estou fazendo isso. Seu gemido — um som delicioso que combina surpresa e tesão — preenche o ar ao nosso redor assim que meus dentes entram em contato com um ponto sensível de sua pele.

— Talvez você estivesse certo antes — Aurora comenta baixinho, segurando meus ombros.

Sinto suas unhas me arranhando através do tecido da minha camisa.

— Sobre qual parte? — pergunto, mordiscando sua garganta mais uma vez.

— Eu estar bêbada — sussurra como se fosse um grande segredo. — Não costumo mesmo abordar estranhos e concordar em ir com eles.

Afasto-me para olhar para ela.

Eu falei com você, não o contrário — digo, meus lábios curvados em um sorriso pequeno e sombrio. — Agora, concordar em vir comigo... isso você fez. E não sei se vou te deixar escapar tão cedo.

Não mesmo, determino ao apertar sua cintura em minhas mãos.

Se Aurora é traiçoeira como o resto da sua família, que seja. Isso não vai me impedir.

De certa forma, até me faz ter mais vontade de tê-la.

— Posso concordar com isso — promete, seus dedos brincando por dentro da minha camisa.

— Hm... E o que acha sobre me deixar te comer nesse corredor? — pergunto, viciado no rubor que alcança até a pele de seu pescoço. — Se esse elevador não chegar logo, é isso o que vai acontecer.

Aurora arfa, mas seus olhos brilham como se a ideia a excitasse.

O corredor está vazio e só há uma pessoa trabalhando na recepção — a mulher que suponho ter sido a que encontrou Matteo mais cedo... pela forma como me encarou com espanto ao me ver segurando a mão de Aurora. Passamos por ela rápido, antes que falasse algo.

Não sou um homem paciente.

Por isso, arrastei Aurora do bar assim que sussurrou um leve sim no meu ouvido.

Eu a ajudei a se levantar — o único gesto gentil que irá receber de mim essa noite — e segurei sua mão para firmar seu corpo pequeno enquanto ela sofria com suas pernas instáveis e os saltos que está usando. Embora não esteja embriagada quanto a acusei de estar, algo a deixou tremendo. Gosto de pensar que sou o culpado.

Ela se despediu do maldito barman com um aceno e um sorriso grande demais, apesar de eu grunhir que se apressasse. Apenas pegou sua bolsa do balcão, que agora descansa em seu ombro, guardou seus óculos nela com agilidade e sorriu para mim. Depois disso, fomos rápidos. Passamos pelo lobby do hotel até o corredor dos elevadores, seus dedos ainda entrelaçados aos meus.

Já tem mais de cinco minutos que estamos esperando.

E desisti de não tocá-la no momento em que me olhou com um sorriso cheio de expectativa, como se sentisse a mesma impaciência que eu.

A partir de então, foi automático empurrar seu corpo trêmulo contra a parede.

Da mesma forma, será também natural subir o seu vestido e...

— Os elevadores devem estar ocupados ou com problemas de novo... — suspira as palavras. — Vamos por aqui.

E me puxa para a porta ao lado, que logo vejo conter as escadas.

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⏰ Last updated: Jan 30, 2023 ⏰

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Arranjo indecenteWhere stories live. Discover now