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CHRISTIAN
Chegamos no lugar e quem é dono disso aqui é podre de rico.
- Vai demorar muito? - pergunto ao Joe.
- Só precisamos de uma mensagem, de confirmação... e ajeita essa roupa.
- Qual o problema com minha roupa?
- Ajeita essa gravata Christian, você é trabalhador de uma empresa desse poste e não sabe arrumar uma gravata? sinceramente... um homem velho desse - reviro os olhos e ele ajeita a minha gravata - pronto liberação aceita, você só precisa pegar o código e entrar na empresa, o Cezar já adiantou pra você... agora você tem que ser rápido, é um código provisório, hackear um sistema não é fácil... só entra, pega um crachá real e pronto, sai daí.
- Se esse hackear é bom mesmo, porque não hackearam o sistema inteiro? tá sem dinheiro pra investir em um hackear bom é Joe?
- Só faz o que eu estou man... - paro de andar assim que ouço o que ele vão falar - pedindo, o que eu estou pedindo.
- Ah bom ... bota tanta marra e nem pra se defender sem uma arma consegue mais - falo e ele só me encara e ignora o que eu falei
- Usa a única coisa que a mamãe te deu, a beleza... porque o cérebro ficou comigo.
- Antes de você me matar, eu posso te matar, você sabe né? sua fraqueza não é so sua família Joe... sua fraqueza é você, eu posso sem arma nenhuma acabar com sua vida, então dá uma segurada, na sua marra de líder.
- Você não teria essa coragem - diz rindo sarcástico e me aproximo dele.
- Vai achando que é o Christian de 14 anos que tinha medo do escuro que está na sua frente... eu te mato sem dó, não é você que sabe da minha vida inteira? então você sabe que sim ... eu teria essa coragem - ele engole em seco e revira os olhos e eu vou em direção a empresa.
Óbvio que eu não faria isso, mas só pra deixar claro pra ele que mesmo que eu esteja fazendo isso, é só pra me livrar dessa merda, e não pra ajudar ele nas causas dele, é somente por um motivo... eu. Não sou capacho dele... nunca precisei dele pra nada, ao contrário me virei bem sozinho.
...
Entro na empresa e que lugar lindo... a recepção parece um estádio de futebol de tão grande, e esta parcialmente vazia, mas vários seguranças rodeando... me aproximo da recepção e tem uma moça.
- Bom dia - falo em inglês.
- Bom dia, no que posso ajudar?
- Eu sou o novo estagiário da empresa, eu fiquei preso no metrô, foi uma confusão... eu acabei perdendo meu crachá, eu queria saber se você poderia me passar o meu código.
- Infelizmente não podemos fazer isso, a norma da empresa exige o cuidado com essas coisas, o senhor pode ser demitido por isso, sabe né?... e eu também por liberar.
- Moça a senhora não está entendendo, eu vim do outro lado da cidade, minha mãe esta super doente... só tem eu e ela, e esse emprego é minha única salvação... ja aconteceu tantas coisas comigo hoje, a senhora por favor, me ajuda, eu não posso perder esse emprego de jeito nenhum, minha mãe depende do dinheiro desse emprego pra comprar os remédios... se eu perder esse emprego é capaz até dela ... - respiro fundo fazendo de tudo pro meu olho lacrimejar, eu não sabia que eu tão bom em fazer drama.
- Tá certo, ta certo...agora não conta pra ninguém, ou eu mato você - eu quis da risada da cara ameaçadora dela, mas mantive minha pose de vítima.
- Não vou falar pra ninguém, eu prometo- obrigado mãe por me fazer com essa cara e com a cara de salafrário igual a do Joe.
- Seu nome... rápido
- Akira Yoshida - ela começa a digitar no computador e sua faz uma feição estranha, nessa hora não passa um WiFi, se esse hacker meia boca que o Joe contratou fez merda eu estou ferrado, me deram a porra de um nome japonês, não tinha outra melhor não?!.
- Aqui - respirei aliviado - vou anotar seu código... depois vá na sua superior e peça outro crachá e fale que perdeu esse crachá aqui, ou invente a melhor mentira do mundo sem citar meu nome.
- Obrigado, Deus te abençoe - ela me passa o papel discretamente colocando a mão na mesa e pego discretamente também.
Digito o código e minha entrada foi liberada, como uma empresa desse não tem outra medida de segurança? meu Deus.
Subo as escadas e entro na área dos funcionários e tenho que fazer isso em menos de 10 minutos, como vou fazer isso sem parecer suspeito e sair tranquilo eu não sei.
Tento passar de cabeça baixa, quanto menos pessoas me verem melhor, entro no banheiro masculino e tem uma pessoa no mictório, e duas cabines ocupadas, entro na cabine e o cara do mictório com cara de bocó... quem mija de olho fechado, olhando pra cima e sorrindo, acho que vai ser mais fácil do que eu pensava.
Fico espiando pela cabine e vejo que ele esta sem crachá... mas dá pra ver a cordinha no seu bolso, vai ser realmente mais fácil do que imaginei, dou descarga e quando estou indo lavar as mãos ele esta vindo na mesma direção, abaixo pra fingir que estou ajeitando a barra da calça e quando levanto tombo nele.
- Me desculpa, não vi você, esta tudo bem? - falo com sotaque carregado, tocando nele parecendo um bobo... americano é estúpido não sabe nem diferenciar nada, pra ele todo estrangeiro é bocó... sei porque já morei aqui e sendo asiático é pior ainda.
- Tá tudo bem cara, deixa eu passar.
- Você tá bem mesmo? eu não bati muito forte? - falo ja pegando o crachá dele e o otario achando que estou alisando ele.
- Só sai da minha frente, japonês estúpido - eu sou coreano, mas beleza otario, ele sai do banheiro e eu saio depois dele e procuro o primeiro elevador que encontro - tem uma moça esperando também, ela aperta e quando entramos tem no mínimo 4 pessoas dentro, entro de cabeça baixa e ela aberta o botão novamente.
Elas estão conversando em uma língua estranha que não é o inglês e pelo sotaque ou é russo ou alemão.
O elevador para onde está a recepção, e eu continuo na minha, as mulheres descem, e a moça tinha entrado comigo continua, ela tinha apertado pro estacionamento...e logo desce, a moça sai e vai na direção do seu carro e eu finjo que vou pegar o meu, ela entra no carro e dá partida... e quando ela sai, eu uso meu único veículo, minha pernas, saio o mais rápido possível daqui e que estacionamento grande da porra.
Isso foi fácil demais, o que significa... que o pior está por vim.
Na minha mente eu fiquei 4 dias correndo, e logo encontro o carro do Joe em um lugar estratégico.
- Entra logo nessa merda - ele diz com a delicadeza de um búfalo.
Entro no carro e ele da partida como se estivesse na fórmula 1.
- Mais 1 minuto e você se lascava... conseguiu?
- Eu não sou você que só faz merda - jogo o crachá no colo dele.
- É o cara que só faz merda, garantiu que as câmeras congelacem pra não registrarem seu lindo rosto e colocou seu nome imaginário no sistema de uma empresa conhecida por ser uma das empresas mas seguras.
- Você pagou pra isso, é tão segura que tem digitação caso perca o crachá? conta outra... esse cara apagou minha cara do sistema né?
