Part 5

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Camila se perguntou em que momento as coisas aconteceram tão rápido, era tudo tão novo quanto a primeira vez que os comandantes pediram serviços em campos enquanto ela era praticamente uma criança. Mal teve uma adolescência, talvez isso explicava uma parte mais infantil e temperamental de sua personalidade e como sempre tentava enxergar a melhor parte de tudo, foi o que lhe salvou de ser alguém amargurado ou o mais próximo de psicopata que poderia chegar. A agente simplesmente não conseguia mais ver Cali e Lauren como as mesmas pessoas, na cabeça dela o fato de não presenciar a mudança de personalidade era assustador, como poderia alguém com um jeitinho tão angelical ser um dos maiores casos de sua vida? O pior que nem conseguia sentir-se uma péssima pessoa por se deitar com uma assassina. A mais nova era uma incógnita que no final de tudo procurava por justiça. 

Camz? — Chamou sua atenção, os olhos castanhos se direcionaram a ela rapidamente. — Você realmente me prenderia?

A latina mordiscou os lábios, levantando o rosto por alguns segundos antes de rir.

— Depende.  Agora é um assunto confuso... — Explicou, suspirando. — Você sabe que a CIA não prende, nós matamos e fazemos o trabalho sujo que ninguém quer fazer.

— Eu não sinto que tenho direito de tirar sua vida se algo der errado, e eu não digo no sentido de morte mas no de você perder seu emprego. – Ela olhava a cubana com atenção. — Você passou por tudo que eu passei e ainda de pior forma, não é justo.

Camila cerrou o olhar dessa vez, praticamente se sentando para encarar a mais nova com a expressão confusa.

— O que você quer dizer?

— Que por mais que eu goste de sua companhia, tudo já começou a desmoronar. A morte do secretário só indica que meu reconhecimento tá mais próximo do que nunca e eu tô preocupada que você tá aqui-

— Lauren! – Anunciou, segurando o rosto alheio, interrompendo a fala. — Não precisa se preocupar comigo, se é o problema. Você tem que tá segura, esse é ponto... Sem você não há provas sobre a Herc ou seu pai.

A agente tinha toda razão, se Cali em algum momento fosse capturada, quem iria garantir que ela conseguiria terminar o trabalho? A equipe basicamente era elas duas e subcomandante não conhecia nenhuma amiga próxima de Lauren até então.

— Eu realmente gosto de estar com você, Camila. Não quero te prejudicar ainda mais com essa merda. – Murmurou quase em lamento. — Não sei o que pensar...

Um sorrisinho aparecia no canto dos lábios da latina, ela adorava o fato de Lauren ser um poço de sinceridade, de como era expressiva ao extremo. A fragilidade exposta não fazia a assassina recuar, sua gentileza era absurda. Camila se manteve em silêncio, queria continuar o assunto com mais seriedade fora daquela banheira, que por sinal estava quase tão cheia que a cada vez que se movimentava, a água poderia escorrer para fora. Com isso em mente, desligou a torneira.

— É assustador, não? Mesma causa e história mas lados contrários. Mal consigo te imaginar matando alguém. – Disse ao ver a cabeça inclinada para o lado, sem entender muito. – Eu não cometeria crimes explícitos mas é o que eu faço na CIA, é o que fui feita para fazer também. Não somos tão diferentes.

Os olhos esverdeados pareciam perdidos, mais preocupada do que perplexa, Lauren conseguia pegar a linha de pensamento aos poucos.

M.O.N.E.YOnde histórias criam vida. Descubra agora