Capítulo 17 - Propostas

160 20 12
                                    


Pov Agnes

Eu nem conseguia acreditar que em pleno início de semana me surgia um resfriado. Tudo bem que não era nada grave. Apenas o mal-estar que qualquer pessoa gripada sente, mas esse era um dos lados mais ruins de morar sozinha, pois não tinha quem sequer fizesse um chá pra mim, e eu estava indisposta demais para levantar e ir preparar tudo. Ainda mais ruim era não ter ao meu lado minha mãe, que sempre cuidava tão bem de mim por menor que fosse o resfriado. Era nessas horas que eu praticamente me entregava as saudades e jogava todos os meus sonhos para o alto somente para voltar a estar perto dos meus pais novamente. Não era somente os anseios por cuidados e companhia, mas também porque sentia saudades de vê-los, de conversar com eles, de ouvi-los contar aquelas histórias mirabolantes contadas pelo o povo do sertão brasileiro. Não era simplesmente por desejar mimos e paparicos em um momento de vulnerabilidade, mas sim por amor... O mesmo amor que me fazia continuar ali para oferecer a eles uma vida melhor, uma velhice mais tranquila.

Depois de me cobrir por completo após ligar no meu trabalho justificando minha ausência naquele dia, acabei adormecendo novamente. Por fim a indisposição me fez não levantar para fazer chá algum, apenas tomei um comprimido e fui dormir rezando para que aquela dor de cabeça insuportável que eu estava sentindo, diminuísse.

Eu nem sabia que horas eram aquela, mas sabia que a campainha do meu apartamento tocava tão insistentemente que eu estava quase acreditando que o condomínio estava pegando fogo. Ignorei a tontura e pulsação da cabeça e me levantei apressadamente indo até a porta para ver que desespero era aquele do outro lado. Assim que abri a porta juro que quis gritar um sonoro vá se fuder.

– O que você quer aqui? – Perguntei tentando controlar a raiva que senti.

– Adoro a maneira como você costuma me recepcionar. Me sinto tão querida.

Revirei os olhos com impaciência.

– Eu não tenho porque estar feliz em ver a filha da mãe que toca uma campainha como se estivesse preste a cair o mundo.

– Geralmente eu prefiro tocar Dj, acho que você já percebeu isso. Mas você demorou abrir então tive que me contentar com a campainha. – Respondeu a morena com o tom carregado por malicia. – Não vai me convidar para entrar?

Eu tinha que admitir... Daphne tinha uma mania irritante de me deixar constrangida. Engoli o seco ao ouvir aquelas palavras ditas cheias de duplo sentido. Podia até não parecer, mas eu era uma mulher tímida, e ela sabia como atiçar ainda mais esse lado. Aliás, ela sabia também que eu ficava com vergonha quando ela dizia coisas como aquelas, e eu posso apostar que era justamente por isso que ela fazia aquilo cada vez com mais frequência.

Sua mão alcançou meu rosto onde ela faz um breve carinho quase discreto.

– Adoro quando você fica com vergonha. – Disse ela mordendo o próprio lábio antes de voltar a perguntar. – Então, vai ou não me convidar?

Antes mesmo que eu pudesse responder, Daphne entrou de apartamento adentro, porém não sem passar por um e parar para deixar um beijo em meu rosto. Aquele contato me fez arrepiar, mas o ignorei e logo me recompus fechando a porta por onde ela passou.

– Não sei porque você pergunta se não espera por uma resposta. – Bufei irritada. – Aliás, eu preciso conversar urgentemente com esse porteiro. Mania chata de deixar qualquer pessoa subir sem interfonar antes.

A observei colocar em cima da minha mesa algumas sacolas que ela tinha trazido.

– Para ele, eu não sou qualquer pessoa. Sou sua namoriposa.

Casos de amor em ParisHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin