CAPÍTULO 2: Lovely

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O final de semana havia passado muito rápido e a segunda feira havia chegado, finalmente

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O final de semana havia passado muito rápido e a segunda feira havia chegado, finalmente. Confesso que minha ansiedade estava ainda mais forte do que o normal. Meu coração estava quase saltando pela boca, minhas mãos que se encontravam extremamente geladas, suavam como nunca.

A experiência de ter que passar por uma entrevista de emprego era imensamente insuportável para mim. Lembro-me de quando me candidatei para o antigo teatro aonde trabalhei e quando finalmente fui chamada para a entrevista quase não consegui sair da casa de minha tia, aonde morei depois que acabei fugindo da casa de meus pais. Ao chegar até o teatro, um tanto nervosa, recordo-me de coçar uma pequena espinha que estava me incomodando, na altura da testa. Foi então que passei uma das maiores vergonhas da minha vida. Ao encontrar-me com funcionária que iria me entrevistar pude ouvir as temíveis palavras: "O que é isso em seu rosto?"
E ao olhar-me em um pequeno espelho que havia próximo ao escritório da mesma, me surpreendi com uma enorme linha de sangue que escorria desde minha testa até meu queixo. Eu não havia percebido que algo estava errado, pois eu infelizmente achava que era suor.
Depois disso me limpei no banheiro e voltei para a entrevista. O lado bom disso tudo é que eu passei e consegui o emprego, e lá naquele maravilhoso teatro conheci minha melhor amiga.

Em minha vida, acontecimentos ruins vem seguidos de experiências maravilhosas e felizmente eu já pude me acostumar com isso.

Eu precisava me adiantar e sair logo de casa, pois a gravadora ficava na Barra da Tijuca, muito longe da onde eu morava. Até chegar lá, eu tinha que pegar muitas conduções, era bem desgastante. Mas tendo em vista que eu estava praticamente pedindo esmolas na rua, não podia dispensar essa oportunidade .

Ao chegar na gravadora, fui até a recepção, onde me direcionaram até uma sala que ficava no segundo andar do prédio. A recepcionista explicou-me que hoje o próprio dono da empresa faria minha entrevista pessoalmente, pois a assistente havia faltado.

Aquela informação havia me deixado ainda mais nervosa, minhas mãos estavam quase se tornando uma pequena poça de suor e aquilo era extremamente constrangedor. Peguei então em minha bolsa uma pequena toalha de bolso e comecei secar minhas mãos antes de entrar no escritório. Enquanto isso, minha boca, estava completamente seca e meu estômago estava revirando. Tentei compassar minha respiração para não dar nenhuma bandeira diante de quem iria me entrevistar.

Ao entrar naquele escritório, pude ver um homem de costas para mim, vestindo uma camisa social de mangas longas, o que me fez questionar se ele não estaria sentindo calor, afinal, começo de verão no Rio de Janeiro não era brincadeira. Mas logo me lembrei que homens como ele só saiam do ar condicionado do escritório para passar para o ar condicionado de seus automóveis.

Não pude deixar de reparar em seus cabelos castanhos que ficavam na altura de seu pescoço, muito bem aparados e ao descer o olhar aos poucos, deparei-me com suas costas largas que quase rasgavam a blusa social. Acredito que aquilo era proposital, para deixar em evidência seu porte físico. Mas foi quando ele se virou, que pude notar a barba por fazer e seus músculos dos braços perfeitamente delineados nas mangas da camisa. Era um homem imponente e inegavelmente bem atraente, o que me deixava ainda mais nervosa. Dificilmente eu havia encontrado homens assim, tão bem vestidos e com uma postura tão intimidadora.

Pandora - A Música em Minha Vida (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now