Capítulo 3

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Me sentia ao ponto de ter um ataque, senti dificuldade pra respirar assim que o vi, meu corpo tremeu levemente.

-O que faz aqui?-perguntei com um leve medo da resposta.

Ele se aproximou e sentou na minha frente, eu encolhi meu corpo mais para trás a fim de fugir dele.

-Como assim? Esse é o meu jatinho.-olhei para ele sem entender.

-Não, esse jato é do meu pai.-falei.

Devo estar em um pesadelo, queria bater em mim própria para saber.

-Aperte os cintos, vamos decolar.-me levantei da cadeira, eu não iria para lugar nenhum com esse homem.-Mandei apertar os cintos, porra!

-Pouco me importa! Eu estou indo pra casa de minha tia, não pra onde você vai.-me dirigi a saída, mas seu riso cruel e gelado me parou.

Meu coração acelerou.

-Vejo que seu pai foi um puta covarde incapaz de lhe contar a verdade.-olhei para ele de soslaio que retirou um pedaço de papel da roupa e me entregou.

Eu devia ir embora, eu devia sair, mas algo me impulsionou a abrir o papel e quando o abri.

Era a xerox de um contrato de compra e venda, o valor foram absurdos 2 milhões de dólares e o produto... foi eu.

Analisei a assinatura de meu pai, era realmente dele, ele... ele me vendeu.

-Isso é mentira.-o papel caiu de minhas mãos enquanto eu paralisava.

-Sente-se e coloque o cinto.-engoli seco, as lágrimas arderam em meus olhos.

-Não, eu vou voltar pra minha casa.-caminhei para fora, mas ele pegou meu braço com força, o que me fez gemer e me entortar um pouco, e me jogou no banco colocando o cinto em mim muito apertado.

-Não ouse tirar essa porra!-ordenou voltando para o seu lugar e colocando o cinto.

Olhei para ele me lembrando que antes estava sangrando e que tinha uma arma, ele vai me matar.

Comecei a hiperventilar enquanto o jatinho decolava.

Olhei pela janela vendo que estava longe do chão.

O que eu iria fazer? Eu vou morrer...

Faltou-me ar.

Ele me olhou e riu.

Peguei meu celular da bolsa de mão na intenção de ligar pro papai, isso de venda deve ser um engano, tinha até esquecido que estava em um avião.

-Me dê.-exigiu o homem.

-Eu preciso falar com meu pai.-expliquei como se ele fosse a máxima ordem ali.

Eu sentia que um passo em falso, ele poderia me matar.

-Me entregue o celular.-ele tirou o cinto e se aproximou.

-Não!-tentei agarrar o celular, mas ele tomou de minhas mãos e voltou a se sentar.

-Agora você terá de me obedecer, se fizer alguma birra, eu vou te corrigir.-explicou com calma.-Além do mais, ele não vai te atender.-dizia com um sorriso vitorioso.

-Mentira! Meu pai me ama e vai vim me buscar.-ele riu.

-Tão ingênua, querida.-ele riu novamente.-Seu papai te vendeu.

-Isso não é verdade!-tornei a dizer com força.

-Bem, se isso não for mesmo verdade, agora não tem mais volta, você está no meu jatinho indo para a minha casa, não há como fugir de mim.-seu sorriso sádico me deixou paralisada.

As lágrimas caíram de meus olhos e eu as enxuguei com pressa.

-Meu pai virá atrás de mim.-falei ainda me agarrando a um fio de esperança.

Ele tirou uma arma de sua roupa, era uma pistola preta que me deixou com medo no mesmo instante que vi.

Ele se levantou e colocou a arma apontada pro meu rosto.

Paralisei com medo.

Depois passou aquela coisa gelada em mim, fechei os olhos.

-Ele não vai querer receber um cadáver.-respondeu.-E nem você vai querer ser um cadáver, então fica quieta.-exigiu ele retornando pro seu lugar e guardando a arma.

Todas as minhas esperanças se esvaíram.

Ele ergueu o contrato.

-Serei bonzinho com você e te darei uma prova a mais de que seu pai fez a troca.-ele mexeu no bolso do paletó e tirou um aparelho celular.

Ele o ligou e mexeu, então um som começou a sair dali, era... era a voz de meu pai.

Foi apenas um trechinho, mas consegui entender o suficiente.

-Me... me prometa que quando enjoar de Safira vai devolvê-la a família.-era a voz do papai e depois o riso desse homem a minha frente.

-Safira é minha e eu faço o que eu bem entender com ela, mas se serve de consolo, quando eu me enjoar dela, não irei matá-la como faço com todas.-a forma como ele falou aquilo me fez entender que meu destino já havia sido traçado e que eu podia acabar morta.

-Eu aceito.- se encerrou com a voz de papai.

As lágrimas caíram mais fortes sobre o meu rosto.

Eu precisava ser forte, eu nem sabia o que ele queria ao certo, mas eu sabia o que eu queria.

Sair viva.

-Por que me mostrou isso?-perguntei com a voz embargada.

-Para que você saiba que não tem pra onde fugir.-respondeu com um sorriso, me olhando intensamente.

Era um sorriso assustador.

-Você é apenas minha, Safira.-um arrepio cruzou minha espinha e eu fiquei apavorada.

Tirei o cinto e quando tentei me levantar fui sentada com força na cadeira e recebi um forte tapa.

Meus cabelos voaram pro lado contrário ao tapa, sentia meu rosto queimar e meus olhos derramaram mais lágrimas.

Meus pais nunca me bateram.

Mas te venderam...

-Mandei você não tirar esse caralho!-bradou apontando pro cinto.-Coloca de novo.-respirei fundo soluçando e coloquei o cinto de novo.

Ele se agachou um pouco na minha frente e segurou meu queixo afastando meus cabelos e olhando meu rosto. Mantive um olhar de raiva.

-Você precisa entender que vai me obedecer em tudo o que eu quiser, você me satisfará em todos os sentidos.-engoli seco novamente, meu corpo tremia.

Ele puxou meu rosto na sua direção e atacou meus lábios em um beijo urgente.

Tentei afastá-lo, mas ele segurou minhas mãos me mantendo imobilizada.

As lágrimas se misturavam com o beijo, ele passeava com sua língua por dentro da minha boca.

Me saboreando.

Naquele momento na minha mente, pensamentos conturbados, pervetidos e cruéis passavam.

Quando terminou o beijo, ele aproximou seu rosto e sussurrou perto do meu ouvido.

-Vou adorar te foder em todas as posições.-dizia com crueldade.

Olhei horrorizada para ele que se afastou rindo.

-Se sair dessa cadeira, te darei cintadas!-ameaçou e se levantou sumindo.

Onde me meteram? Estou completamente ferrada!

Safira - Sua Obsessão [Degustação]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora