Capítulo I

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"Bom dia, Creusa" - Helo disse apressada pegando a bolsa.

"Não vai comer nada Dona Helô? o café ta na mesa"

Não, creusita, obrigada, preciso voar pra delegacia, perdi o horário, me atrasei muito! não sei o que ta acontecendo comigo...

Delegacia

"Até que enfim" - Disse Yone que esperava Helô há quase uma hora para dar seguimento a um pedido de prisão. O documento precisava da assinatura da delegada urgentemente para que o mandado de prisão fosse expedido no mesmo dia.

"Cadê, cadê, cadê?" - peguntou Helô se sentando na cadeira, quando Yone entregou o pedido a ela.

Algum tempo após a chegada da delegada, Yone rompeu o silêncio que dominava o ambiente quando a inquietude de Helô não passava mais despercebida. A delegada estava com a cabeça apoiada nas duas mãos de olhos fechados massageando a têmpora com os dedos.

"Helô, ta acontecendo alguma coisa?"

"Eu cheguei em casa muito cansada ontem, um sono impossível... Hoje de manhã eu simplesmente não ouvi meu despertador! tem noção? E ainda por cima to com uma enxaqueca horrível desde que acordei"

"Você precisa parar de adiar suas férias, né doutora? Vai pra casa, o que tinha de urgente aqui ja foi resolvido, e depois você não vai conseguir fazer mais nada desse jeito"

"Você tem razão, eu vou"

No carro a cabeça de Helô parecia um turbilhão, ela lembrava-se de várias situações vividas nas últimas semanas, que juntas começavam a fazer um certo na sentido. Lembrou-se da semana anterior quando se incomodou com o cheiro do café de Creusa, que tanto amava. Lembrou-se dos seios mais sensíveis quando Stenio os tocou e beijou no fim de semana, quando eles foram para o apartamento do advogado após um jantar... A delegada sentiu um frio que percorreu todo o seu corpo ao lembrar-se de quantas vezes havia dormido com Stenio nos últimos meses sem lembrar-se de qualquer tipo de proteção. Heloísa voltou a si ao estacionar em frente a uma farmácia, onde comprou o que e precisava e seguiu pra casa.

"Já chegou, Dona Helô? a senhora não avisou que vinha, não preparei nada de especial pro almoço"

"Não se preocupa não, Creusa, não vou almoçar, voltei porque não ia conseguir trabalhar hoje, to com uma enxaqueca horrível"

Creusa a seguiu para o quarto onde ela ja tirava os acessórios.

"A senhora não tomou café, não vai almoçar e ainda ta doente, dona Helô? como que a senhora vai parar em pé desse jeito? credo. Vou fazer um chá pra senhora."

"Não precisa, só me deixa aqui quietinha" - pediu quase sem forças.

Creusa a deixou se preparando para o banho e foi de encontro ao próprio celular.

"Alô? doutor Stenio? o senhor sabe o que ta acontecendo com Dona Helô?"

"Como assim Creusa? ta acontecendo alguma coisa com a Helô?"

"Dona Helô ta muito estranha. Não quer comer nada e ja voltou do trabalho, disse que ta com a cabeça doendo, sem fome, e foi pro quarto a essa hora, doutor stenio! o senhor não quer vir falar pra ela ir num médico não?"

"Pode deixar que eu ja to indo, creusa."

Stenio estava saindo do escritório quando encontrou Lais no corredor.

"Vai almoçar no restaurante de sempre, Stenio? acho que vou com você"

"Não Lais, eu vou ver a Helô. Creusa falou que ela não ta muito bem e eu posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes vi a Helo se entregar a uma cama no meio do dia..." - disse preocupado

InfinitoWhere stories live. Discover now