A Casa dos Caccini's

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A porta ainda decorada com o enfeite de natal é aberta, dando visão a enorme sala da residência dos Caccini's, que S/N descobriu não ser apenas uma casa mas, também uma pousada chamada Caccini's Motel. A última pessoa que a mais nova da família Holdin gostaria de ver no momento era a vizinha a qual quase vira nua a minutos atrás, mas Eleanor insistira. A decoração interna da casa lembrava bastante alguns hotéis chiques dos anos 50, relíquias, ou como S/N diria "velharias chiques".

Eleanor mostrou o primeiro andar com certa empolgação para a família que a recém havia chegado e, por fim, quando voltaram a sala, pediu que elas se sentassem e esperassem enquanto ela preparava um café e chamava Kate, sua filha. Assim elas fizeram, sentaram-se no sofá de couro sintético Elizabete, Angela e S/N, respectivamente. Angela se aproxima da filha.

-E então, meu bem, o que você ia dizer antes sobre a vista da janela? - A loira pergunta, chamando a atenção de Elizabete para o assunto, também.

S/n nega com certo nervosismo e volta sua atenção ao barulho que vinha da escada de madeira modelada a mão. A mesma menina de mechas castanhas e um adorável vestido de flores amarelo desce. S/n se arruma no sofá que parecia quente demais, fazendo suas pernas suarem. Kate Caccini, muito bem educada, cumprimentou Angela e Elizabete com um sorriso que parecia muito verdadeiro, apesar de S/N conseguir notar que ela forçava um pouco o mesmo. Quando chegou em S/N, Kate apenas ergueu a cabeça e um cumprimento e lançou um baixo "oi".

Kate se sentou em uma das poltronas que ficavam em diagonal ao sofá que, provavelmente, compunham um conjunto bem antigo e caro. Um silêncio incômodo se instalou na sala e Eleanor parecia nunca voltar. Angel decidiu quebrar o silêncio e ajudar sua filha que, aparentemente, era péssima socializando com garotas da sua idade.

-Então Kate, você já está na faculdade? S/N terminou seu primeiro ano no audiovisual, não é querida? Conte para Kate, ou talvez mostre aquele curta que você e seus colegas criaram como trabalho final do ano.

-Mãe, não! - S/N excede sua voz com o terror de ter que mostrar algo tão intimista para uma desconhecida. - Desculpa, é que aquilo nem ficou tão bom. - Ela diz olhando para Kate.

A vizinha se arruma na cadeira, sorrindo sem graça.

-Não precisa me mostrar se não quiser, S/N, apesar de que eu tenho certeza de que deve ter ficado incrível - ela tira os olhos do chão, já que estava tendo certa dificuldade de olhar para sua vizinha e se volta para a mãe da mesma. A loira que havia começado a conversa. - Eu comecei a faculdade de biologia marinha no início deste ano, também. Tem sido uma experiência bem desafiadora, mas divertida... bem, quase sempre, pelo menos.

Eleanor aparece com uma bandeja com várias xícaras de café equilibradas em cima. A mulher coloca a bandeja em cima da mesinha de centro, de madeira, que ficava entre o sofá e as outras duas poltronas.

-Kate é uma menina muito aplicada, dizem que os professores não ligam muito para o quanto você se esforça quando está na faculdade, mas com Kate é diferente, eles sabem da capacidade dela - Eleanor dizia toda cheio de orgulho de sua filha.

Elizabete toma um gole de café e enche o peito para começar a elogiar sua filha, também. Dizer o quão esforçada e criativa a mesma é e sobre como acredita que ela poderia facilmente ganhar um Oscar em poucos anos por uma obra de sua autoria. Antes que a morena pudesse abrir a boca, Angela começa a falar.

-A S/N é um pouco complicada, às vezes temos que lembrá-la várias vezes de seus deveres ou obrigá-la a ir para a aula - a loira ri.

-Mas ela é uma boa garota e muito boa em tudo o que faz - Elizabete a corta. - Você disse que seu curta não ficou tão bom, mas estava apenas sendo modesta, não é, querida, - fala para S/N antes de se voltar outra vez para Eleanor - nós o vimos e tenho que admitir que era genial.

-Mães, por favor, vamos mudar de assunto - a garota pede sem saber se estava mais sem graça com Angel denunciando sua preguiça ou com Lizzie lhe elogiando tanto.

Eleanor faz que sim com a cabeça, como se estivesse familiarizada com aquele comportamento envergonhado.

-Kate, você não quer mostrar seu quarto para S/N? - Eleanor pede.

-Não precisa, eu já vi - S/N solta sem querer, se dando conta do que disse apenas no segundo após a frase sair de sua boca.

-Viu quando, minha filha? - Angel pergunta - Chegamos agora.

-Ah deixe de ser boba, S/N, claro que não viu - Kate se intromete rapidamente na conversa, já se pondo de pé e estendendo a mão para S/N. - Vem, vou te mostrar meu quarto.

S/N segurou sua mão e a usou de apoio para levantar do sofá. As garotas, então, deixaram os adultos no andar de baixo e subiram até a porta de madeira clara, cheia de adesivos de filmes, animais e bandas italianas que S/N não faz ideia de quem sejam. Kate abre a porta e dá espaço para que sua vizinha entre primeiro.

Por dentro o quarto era ainda mais adorável, tinha tons de rosa claro e verde pastel com um pouco de azul, essa era sua paleta. Na cama bagunçada uma tartaruga de pelúcia repousava ao lado de algum tipo de lula azul brilhante. No chão um tapete fofo creme cobria grande parte do quarto. Também havia uma televisão de tubo com um aparelho de dvd em cima, ambos estavam em cima de uma estante cheia de livros dos mais variados gêneros e alguns filmes em suas caixinhas.

S/N se aproxima da estante para analisar mais de perto o gosto de sua vizinha, pois tinha em mente que o gosto de uma pessoa para filmes sempre dizia muito sobre a mesma. A garota retira alguns da fila organizada por cor e mostra para sua vizinha com certa animação.

-Clube dos Cinco, Carrie, Heather's? - S/N tira mais um filme e sorri, um sorriso provocativo. - But, I'm a cheerleader? Acho que eu gosto de você.
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Notas finais: Opa voltei, espero que estejam curtindo e que estejam tão ansiosos quanto eu para essa história.

(Não revisado, ainda)

SummerNightsWhere stories live. Discover now