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Fecho a porta e antes de voltar para o quarto pego uns salgadinhos.

O irmão de Marvin disse que não estava com fome, mas ele sempre teve problema com comida e eu sei disso.

E mesmo se ele não quiser, eu estou faminto.

Sigo para o quarto, mas quando vou entrar, dou de cara com o Marv na porta

Quando eu digo de cara, é literalmente de cara

Ele é alguns centímetros mais alto do que eu, ele tem 1,86 e eu 1,75

Tá, 1,70

Bato com a cara no peito dele e quase deixo a tigela com os salgadinhos cair, por sorte ele segurou

–Desculpa Marv, não vi você aí

–Tudo bem...–ele parece meio triste, o que será que aconteceu?

–Ei, Marvin, tá tudo bem?–ponho uma mão no ombro dele, um gesto de carinho

Ele coloca uma mão em cima da minha e deixa a tigela de salgadinhos em cima de uma bancada ali perto

Com a mão livre, segura minha outra mão e diz

–Eu quero falar com você–ele vira pro irmão e diz–Em particular.

Assinto enquanto o seu irmão sai do quarto e nós entramos

Ele fecha a porta

–Charlie...

Agora estou sentado na cama, do outro lado do quarto. Mas não é uma distância tão grande, já que é um quarto meio pequeno

–Marvin? O que você queria me dizer?

Ele desencosta da porta e se aproxima de mim, seus joelhos quase podem bater nos meus

Ele se abaixa, ficando com o rosto na altura do meu

–Verdade ou desafio?–ele me surpreende

–Não é assim que funciona o jogo, tem que rodar a garrafa primeiro–digo tentando quebrar esse clima que parece estar me pressionando. Pego uma garrafa de água que encontrei por aí–Pronto.

Entrego a garrafa a ele e ambos sentamos no chão, um de frente para o outro. Ele posiciona a garrafa e pergunta:

–Quer começar?

Digo que sim e giro

Ela para na posição em que eu pergunto

–Verdade ou desafio, Marvin?

–Desafio

–Eu te desafio a me contar o que está acontecendo. Você parece estranho

Ele faz uma expressão de incômodo. Eu não quero que ele se sinta assim, mas tenho que saber o que está acontecendo pra ajudar

–É o seu irmão? Sua mãe? A escola? Alguém na escola? Alguém tá te incomodando?

–Não, não. Não precisa tentar adivinhar. Não é ninguém, é só...–ele para e suspira–É alguém... alguém de quem gosto...

Não sei como me sentir sobre isso, devo estar quase chorando. Eu tenho um crush nele desde o quarto ano, quando eu deixei os meus livros caírem no corredor da escola e ele pegou pra mim. Nossas mãos se encostaram e, na ocasião, ele parecia mais bonito do que nunca. Meio clichê, eu sei. Mas aconteceu. E agora eu tô sendo esmagado por esse sentimento.

–Você gosta de uma garota? Quem? Ela é da nossa sala?–Tento de ser um bom amigo. Quero ajuda-lo a conquistá-la, se isso o fizer feliz

–Ela... é da nossa sala sim. Mas não é uma...–ele fica vermelho—Não é uma garota, Charles

The Most Handsome Guy I've Ever Seen----Charlie E Marvin 💕Where stories live. Discover now