C H A P T E R VIII

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Luana Francis

— Olha essa pai! — aponto uma foto de família, estávamos todos vestidos de vermelho para um evento familiar, Ethan tinha acabado de nascer. Minha irmã sorria mostrando seu aparelho com elásticos rosa, e meu irmão mais velho com um sorriso tímido como sempre.

Eu estava ao lado do meu pai sorrindo com os dois dentes da frente faltando e minha mãe estava segurando Ethan e sorria. Estou organizando algumas coisas com meu pai. Daqui a nada é o aniversário da morte deles, daqui a um mês e meio para ser exata. Então bateu vontade de ver nossas fotos de família de novo. Sempre acabo chorando profundamente, sentindo a falta deles, mas sempre fico feliz por ver que eles eram felizes e que morreram sendo ótimas pessoas e me ensinando o melhor.

— É muito linda. — meu pai pega na foto e avalia ela com um sorriso no rosto.

Os medicamentos estão fazendo bem a ele, está bastante forte e pouco treme. Um frio na barriga me invade por não ter recebido uma resposta da Blossom ainda. Eles estão demorando bastante. Eu já estaria trabalhando para juntar o dinheiro para o meu pai. Eu entendo a sua selecção e minúcia nas avaliações, mas está demorando bastante.

Olho para o meu pai que agora está concentrado em outras fotos. Eu acredito que Deus tem um motivo para ter me deixado apenas com ele. Meu pai é minha alegria diária e a razão de eu estudar e me esforçar tanto para tudo. Por ele, eu faria tudo!

—Olha essa! — ele me aponta uma foto em que eu estou com Isabela, estávamos abraçadas e sorrindo. Minha irmã era meu maior exemplo, eu sempre seguia ela e via como ela se comportava como adolescente, porque eu queria ser como ela quando fosse grande. Confesso que minha irmã não era tão  grosseira como eu sou, mas no restante, eu consigo tentar ser como ela. Arrumamos as fotos na caixa de lembranças e eu guardei em baixo da minha cama.

Fui jantar com meu pai que encomendou comida italiana que eu amo, simplesmente.  Comemos enquanto assistíamos um seriado que estava passando.

Me despedi dele indo dormir porque eu tinha aulas no dia seguinte. Mas não antes de eu pedir a ele permissão para ir para a festa no sábado.

— Claro que pode! — meu pai diz, não me surpreendendo, ele nunca recusa nada que eu peço. — Não posso prender você com um velho doente. — ele brinca me fazendo rir.

— Você é minha melhor companhia, papai. — abraço ele e vou para o quarto e apago logo que chego lá.

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Ando pelos corredores do terceiro andar da escola sonolenta, enquanto vejo coisas aleatórias no meu telefone. Passo a mão no cabelo me certificando que todas as tranças estão para baixo, porque quando eu acordei parecia o Einstein as minhas tranças  para tudo quanto é lado. Está uma temperatura bastante fria hoje, que me fez colocar todo o agasalho do uniforme.

Estou com a camisola, o blazer e o cachecol com timbre da escola. Coloquei umas botas com cadarços dessa vez, ao invés das minhas all star cano alto. O curto tecido da saia não ajuda a combater o frio, mas não podemos colocar nada além das meias da escola. Regras absurdas.

Hoje cheguei estupidamente cedo então caminho até a sala de química que é minha primeira aula hoje, por dois tempos. Que ótimo!

Entro e me sento na fileira ao lado da porta. Me sento na primeira cadeira e me aconchego na cadeira reclinável e almofadada. O que eu gosto de estudar aqui é a comida e as cadeiras, que são bem confortáveis.

Eu Te Culpo, Andrew MartinsWhere stories live. Discover now