Capítulo 15

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Tomioka:

Então lá estava eu, andando pela rua, de cabeça baixa. Tudo o que eu queria era que esses cinco últimos minutos da minha vida simplesmente desaparecessem da existência.

Inesperadamente, ouço alguém atrás de mim.

S: Tomioka, espera. Não é o que você tá pensando.

Não respondi, e continuei caminhando, sem ao menos saber ao certo onde estava indo. Mas ela insistiu.

S: Por favor, espera! Eu... ele...

Continuei seguindo, mas senti ela me segurar.

S: Por favor... eu estou te implorando. Me deixa explicar...

Ao me virar, avisto a Shinobu. Ela estava chorando, a mão segurava meu braço. Sua voz falhava ao falar comigo. Ver isso me deixou ainda mais triste.

S: Me desculpa... eu tentei impedir ele, mas... me desculpa, por favor...
T: Você pode me explicar o que aconteceu?
S: E-eu... ele me segurou e eu não consegui me soltar. Mas foi culpa minha. Sabe, eu nem deveria ter vindo atrás de você. Eu... vou embora. Depois a gent-

Não deixei ela concluir a frase, e num ato desesperado, a abracei, deixando tudo que estava reprimindo, sair de uma só vez.

T: Não... não vá embora. Não foi sua culpa, mas mesmo assim... doeu tanto ver aquilo.
S: Me perdoa...
T: Ei, calma, tá tudo bem. Respira.

Sinto sua respiração trêmula bem próxima de mim, e a aperto um pouco mais naquele abraço, tentando acalmar tanto a ela, quanto a mim mesmo.

No fundo, eu estava muito bravo com o que havia acontecido, mas não conseguiria descontar na Shinobu. Precisaria de um momento pra refletir, e não fazer algo completamente estúpido a respeito da situação.

T: Olha... me dá um dia, e vai tudo voltar ao normal. Eu... só preciso de um tempo pra pensar, porque se não, eu vou fazer alguma coisa muito sem noção. Só um dia. Tá bem?
S: Ok... eu espero o tempo que você precisar. Só não quero que se sinta mal por minha causa. Pode prometer isso pra mim?
T: Sim, eu te prometo.
S: Tá bom. Eu... vou ir então.
T: Ok...
S: Ah... eu amo você.

E então, ela se solta do abraço, e sai andando na direção oposta, me deixando ali, congelado naquele momento, que pareceu uma eternidade.

T: Eu também amo você.

Sussurro comigo mesmo.

~

Eu estava em casa, deitado na minha cama. Não tinha vontade de fazer absolutamente nada. Nem me levantei durante todo o resto daquele dia de sábado. As memórias me atormentavam à todo instante. Aquele maldito beijo. Seu toque, que me fez parar. Seus pedidos de desculpa. Sua expressão desesperada. O momento em que a abracei. Quando ela disse que me ama. Tudo me recorria à mente, enquanto eu me obrigava a ficar naquele quarto vazio e escuro.

Eu pensava sériamente em fazer algo absurdo em relação ao desgraçado do Douma, mas... não posso. Algo que é muito errado, mas que eu faria, se pudesse. Mas, como me ensinaram, não pode matar o coleguinha. O máximo que posso pensar é em manter a Shinobu o mais longe o possível dele, o que não vai ser nada fácil, mesmo porque estudamos no mesmo colégio.

Respirei fundo, enquanto tentava afastar tudo da mente. Eu simplesmente queria que este dia fosse apagado da história da humanidade. Seria pedir muito?

Peguei meu celular, e desbloqueei a tela. Eram quase... onze da noite? Quanto tempo eu fiquei ali? Como já era tarde, decidi tentar dormir um pouco. Deixei o celular de lado novamente, e fechei os olhos.

No dia seguinte:

Já era quase segunda-feira. Para ser mais exato, eram 6 da tarde de domingo, e eu nem saí de casa. As únicas coisas que fiz foi comer, dormir e chorar. O dia todo. E apesar de não ter feito absolutamente nada, eu me sentia exausto. Tudo aquilo que havia acontecido neste fim de semana estava me deixando cansado. Eu tinha de por isso de lado e seguir em frente, mas... por mais que eu tentasse, não conseguia esquecer aqueles malditos 5 minutos. "Droga!"

~

Finalmente, segunda-feira. Abri os olhos devagar, tentando me acostumar com a claridade passando pela pequena janela do meu quarto. Eram seis da manhã em ponto. "Eu devo ir pro colégio?" Uma parte de mim dizia que não, que eu devia ficar em casa o dia todo novamente, mas a outra parte, me dizia que eu deveria ir, pra me desculpar com a Shinobu, por não ter falado uma única palavra com ela depois daquele momento em que nos encontramos no sábado.

Decidi ir. Me levantei da cama, e fui até o banheiro, escovar os dentes, tomar um banho e me trocar. Depois, tomei meu café da manhã, peguei minhas coisas e saí. O dia estava... normal. Nem muito quente, nem muito frio. Agradável, pra dizer o mínimo. Fui caminhando tranquilamente, enquanto pensava em qualquer coisa.

Ao chegar no colégio, vou para a sala, me sento na minha carteira, e fico lá, esperando a aula começar. Até que a Shinobu chega. Ela parecia ainda com sono, e bem desanimada, coisa que não acontecia há anos. Mas ao me ver, abriu um pequeno sorriso.

S: Bom dia Tomioka-san.
T: Bom... dia.

Ela se senta na carteira na frente da minha.

S: Tá bem?
T: Sim... e você?
S: Sim também.

Não, ela não parecia nem um pouco bem, na verdade. Talvez ela tenha achado que eu não tinha notei. Mas eu notei.

Continua...

Opa, como estão gente?
Desculpa a demora pra postar...
Bom, demorou, mas saiu, e se acalmem, vai dar td certo nos próximos capítulos. Confiem na autora, ela sabe o que tá fazendo.
Ent é isso, um bj pro cês.💕

Falling In Love - Tomioka×ShinobuOnde histórias criam vida. Descubra agora