Novo começo

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~Willow pov~

   Eu acordo com o sol batendo no meu rosto.

   Eu não queria sair da cama. Por mim, eu ficaria ali para sempre. Não tinha outro jeito. Se eu não sair, a minha madrasta vai brigar comigo. Eu me levanto da cama e fico sentada por um bom tempo. Eu fico mais desanimada ainda quando eu lembro que hoje eu tenho aula. Eu não aguento mais. Eu não aguento mais os outros ficarem me zoando. Mas era um único jeito de fugir da minha madrasta. Eu tenho que ir.
    Me levantei e fui tomar banho. Eu senti a água morna descer sobre o meu corpo. Era confortável. "Espero que eles não pegam no meu pé hoje." Eu pensei. Depois de tomar banho, eu coloco minha blusa branca, uma calça jeans larga e um moleton verde.
    Eu desço as escadas e vou direto para a cozinha. Lá estava lá a minha madrasta. Ela estava comendo um misto de queijo. Eu vejo que meu pai ainda não tinha acordado. Ai não. Ficar perto dela sem ele por perto é muito pior. Ela aproveitava para ficar me zoando. Ignorei ela e sentei na mesa. Eu coloquei cereal e leite em uma pequena tigela. Eu fiquei lá remexendo o cereal com a colher. Eu não estava com vontade de comer. Eu estava com fome, mas eu não queria comer. Minha madrasta percebeu.

-Cuidado para não ficar muito gorda.- Ela disse.

-Eu não estou com fome.- Eu disse.

-Então não é problema meu.- Ela disse.- Se quiser morrer de fome, fica a vontade. Aliás, você precisa emagrecer mais. Está parecendo uma bola.

-Você disse isso ontem.- Eu a lembrei.- Juro que estou tentando emagrecer.

-Mas parece que você não está tentando.- Ela revirou os olhos.- Você está muito gorda.

-Eu não estou tanto assim.- Eu disse tentando conter a minha tristeza.

-Mas para mim está.- Ela disse com arrogância.

  Aquilo me machucou como sempre. Eu fiquei aliviada quando eu escutei os passos do meu pai chegando. Ele se juntou a nós na mesa para comer. Todos comeram menos eu. Eu não queria comer nada de jeito nenhum. Eu não queria ficar gorda. Depois de terminarem de comer, eu calcei meu tênis all star, peguei a minha mochila e fui para a escola.
   Chegando na sala de aula de aula, todos começaram a olhar e cochicharem sobre mim. Eu já estava acostumada com aquilo. Então, a aula começou. As aulas passaram voando até chegar o intervalo. Todos desceram para o refeitório. No caminho, um menino esbarrou em mim.

-Ai, cuidado, sua tonta!- Ele me xingou.

-Me desculpa.- Eu disse rapidamente.

-Olha para você, garota.- Ele disse.- Por isso que você fica esbarrando nas pessoas. Você é muito gorda.

  Todos que estavam por perto começaram a rir de mim. Uma onda de tristeza e vergonha tomou conta de mim. Eu logo corri para o banheiro e entrei em uma cabine vazia. Eu sentei no chão e senti os meus olhos se encherem de lágrimas. Porque? Porque eles são tão maus comigo? Porque ninguém quer ser meu amigo?
   Eu fiquei desenhando no meu braço na cabine até o intervalo acabar. Depois das aulas acabarem, eu volto para casa. Eu tive que ir andando até em casa porque meu pai trabalhava o dia inteiro e minha madrasta não gosta de me buscar, pois "esgotava o tempo dela". Eu não gostava de ir de ônibus, porque os outros ficavam me zoando e jogando coisas em mim. Era quase de noite quando eu cheguei em casa. Minha madrasta estava vendo televisão na sala. Eu fiquei torcendo para que ela não me veja. Infelizmente, quando eu estava indo para o meu quarto, ela me chamou.

-Porque demorou tanto para voltar para casa?- Ela perguntou.

-O ônibus estava lotado e eu não consegui ir.- Eu menti.

-Mentirosa. Estava ficando com os outros meninos, né?

-Não! Eu nem gosto dos meninos da minha escola!- Eu respondi.

Apaixonados Por Acidente (AU Human) Toh HuntlowWhere stories live. Discover now