𝟐𝟑. burning

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─ Então, como se sente sendo vovô?

Lana sorriu fracamente assim que se aproximou de Kibum, que estava sentado em um canto enquanto mexia aleatoriamente no celular. Aquela lhe pareceu a oportunidade perfeita para tentar conversar.

─ Me sinto um idoso.

Ela riu baixo, ficando em silêncio logo em seguida e encolhendo um pouco os ombros, Kibum também se manteve em silêncio, apenas encarando o pessoal se divertindo. Lana suspirou, passando o olhar pelo pessoal e então voltando a ele.

─ Você soube sobre Hongjun, não é?

─ Soube. Sinto muito.

Ela suspirou mais uma vez, sentindo-se nervosa ao notar que ele parecia realmente magoado com tudo o que aconteceu. Não tirava a razão dele, ela tinha mesmo cometido um deslize com tudo aquilo.

─ Quero me desculpar ─ falou baixo, atraindo a atenção dele para si. ─ Sei que eu... sei que cometi um deslize com você, eu não... pra ser sincera, eu não sei o que dizer ─ confessou.

Kibum riu baixo, balançando a cabeça.

─ Já estou surpreso só por você dizer que quer se desculpar. Acho que você nunca nem falou a palavra "desculpa" ─ resmungou com humor.

─ Engraçadinho ─ respondeu, rindo fraco. ─ Mas eu sinto muito mesmo, você foi... você é um pai pra mim, sempre foi, fez mais por mim do que todas as outras pessoas e eu nunca deveria ter pensando o oposto disso. Fui ingrata pra caralho.

─ É, você foi ─ resmungou. ─ O pior de ser pai é que eu não consigo nem sentir raiva de você por isso. Você conversou com Hongjun? Depois que soube...

─ Ainda não, eu não sei como fazer isso, ele parece tão... ─ Deu de ombros. ─ Ele não parece uma pessoa ruim agora, eu sei que vocês não acreditam nisso, mas ele está... Diferente.

Kibum suspirou, balançando a cabeça devagar. Já tinha desistido de discutir sobre aquilo com ela.

─ As pessoas não mudam do dia pra noite, Lana ─ falou suavemente. ─ E, sendo franco com você, eu não acredito que Hongjun tenha mudado. Porém, se uma parte de você escolheu ser misericordiosa com ele, eu respeito isso. Mas não espere que eu vá tratá-lo bem.

─ Eu sei, eu só... Eu não quero que a gente fique assim ─ confessou. ─ Odeio ficar assim com você.

─ Estamos bem, não se preocupe.

─ Não diz isso da boca pra fora, por favor ─ choramingou.

─ Não estou dizendo, Lana. Estamos bem.

Kibum suspirou, levantando o olhar para ela. Tinha ficado chateado, sim, era óbvio, mas não conseguia manter aquilo por muito tempo, porque de alguma forma também entendia o lado dela, entendia o que ela queria e sabia que, no fundo, tudo o que ela disse era da boca pra fora. Ela era sua filha, e ele a amava como tal.

─ Mesmo?

─ Mesmo!

Lana sorriu fracamente, então se inclinou, beijando a bochecha do homem suavemente e passando os braços ao redor dele, que retribuiu de bom grado.

─ Eu te amo, pai. Mesmo. Me desculpe por... Por tudo isso.

─ Eu também te amo, meu bem. Mas isso não quer dizer que eu não vá ter uma conversinha com o Taeyong ─ murmurou. ─ Um bebê? Sério? Pelo amor de Deus, até ontem você era meu bebê. E agora você tem um bebê. Eu não sei onde errei na criação de vocês.

NO MERCY, Lee Taeyong ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora