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Ele tinha onze anos quando a conheceu, Tom Riddle tinha onze anos quando conheceu seu pequeno pássaro silencioso, ele que vivia em volta da multidão ameaçadora, a multidão escandalosa que gritava "monstro, demônio, maldição", Tom Riddle era acometido pela constante turbulência, ele mal conseguia escutar a própria voz, ele se permitia ser humilhado e até mesmo concordava com seus abusadores, ele sequer se respeitava.

Então ele foi para Hogwarts com a chama da esperança de dias silenciosos, mas, encontrara mais turbulência ao ser constantemente bullinado pelos colegas de sua própria casa, até que ela fora anunciada como uma nova aluna para a Casa das Cobras.

O alvo das piadinhas fora voltado inteiramente para a garotinha, Riddle não compreendia, contudo, se sentira aliviado brevemente por ser esquecido por aqueles em que ele jurara de que seriam os seus seguidores, ele seria dono do mundo bruxo, ele merecia e era capaz, tinha magia e força de vontade o suficiente para aspirar grandes feitos.

No entanto, era uma noite fria quando Tom Riddle a encontrara...

" Tom caminhava sozinho pelo jardim, era inverno e todos estavam recolhidos dentro das paredes quentes do castelo em busca de se protegerem da temperatura desfavorável, ele gostava do frio, da sensação de superação, de seu corpo reagindo a algo que o forçava a tomar o controle.

O moreno estava para entrar quando escutara risos, ele conhecia aqueles risos...malditos, estava prestes a apressar seus passos quando ouvira:

- A surda não pode fazer nada, não é? - Surda? Se voltara em direção a interação - Quero ver encontra-los agora, monstro - jogara algo no lago, e uma figura minúscula encolhida no chão - já que não consegue falar, não precisará disso também, é um favor que faço - novamente algo fora jogado no lago.

Tom não conseguira conter a adrenalina em seu ser, aproximando com sua varinha em mãos, não entendia o que estava prestes a fazer, ele não era um herói, ele seria o vilão, não deveria se meter...então a contemplara por completo, as vestes inteiramente molhadas, sangue escorrendo de suas orelhas e os olhos, os olhos aflitos.

Riddle não conseguira evitar, os olhos, a figura, o caos, ele...

- Estupefaça - arremata um deles contra a árvore próxima da cena, os outros dois se voltam em susto para o garotinho, orbes vermelhas, um demônio - se afastem, agora - aponta a varinha para o mais baixo, ele que congela, um Estupefaça não é um feitiço para um primeiroanista - AGORA - gritara ao lançar uma faísca contra o garoto o queimando parcialmente em seu rosto, ambos correm para longe da cena, o deixando só...ele e Ela - você... - seus olhos nublam vendo o sangramento em seus ouvidos - malditos, porcos malditos - afirmara, se abaixando em frente a garotinha inteiramente molhada, retirando seu casaco pesado, coloca sobre o corpo menor - me deixe ver - ela não o entende, ele repete e ela ainda não o entende, fora então que ele se recordara, surda...ela não podia ouvir - me - aponta para si mesmo - deixe ver - aponta para seus olhos - seus ouvidos - mostra suas próprias orelhas e depois aponta para a garotinha, um sorriso, lindo sorriso, uma lágrima - acho que isso é um sim - se aproxima, segura seu pequeno rosto - certo, isto está bem feio - engole em seco, observa seus olhos castanhos - está doendo? - sinaliza um belisco como dor e ela acena em negação - não precisa ser forte, eu sei que está - suspirou ao pegar seu gorro e colocar na cabeça da garotinha, delicadamente para que não a machucasse - você - seu dedo aponta para sua figura - pode chorar, eu não irei me importar - ele tenta a mostrar, aparentemente a garotinha compreendera, seus olhos são preenchidos pelas lágrimas, ela chorava silenciosamente, Tom a deixara chorar, ele mesmo já havia chorado por horas.

- Passarinho, você é um bom passarinho - junta suas mãos mostrando um passarinho, ela sorrira e Riddle vira a medbruxa correr em direção a onde estavam, tudo ficaria bem."

Acontece de que a partir desse dia, Tom Riddle aprisionara o pequeno passarinho a si, ele a vigiava, cercava-a, mantinha longe de qualquer um que se mostrasse um perigo para ela, sempre estava com Ela, sempre com Ela.

Anabeth Mcbee Snow, a jovem de dezessete anos era brilhante, uma mente sonserina altamente inteligente, no entanto, uma alma gentil, seus dias eram constituídos por desenhos, livros, se sentar no jardim, animais...ela era como um imã para animais, Tom Riddle sempre a via, o passarinho de ouro.

O sonserino se via perdido em pensamentos enquanto a procurava pela sala, ela nunca se atrasava, ela sempre era pontual, sentia falta de seu sorriso caloroso.

Seus seguidores próximos sabiam, sabiam de que Anabeth era intocável, Riddle era louco pela Snow, Snow era bela, mas, Riddle, Riddle a contemplava com um diamante, como um adorador, seu lorde era obcecado pela garota, preocupante, deveras preocupante.

Anos, fora necessário anos para que o posto de garoto número um fosse solidificado, então todos que tinham um cérebro sabiam de que Anabeth Snow era um grande NÃO, um grande aviso de mantenha a distância, ninguém ousava dizer uma palavra sequer sobre a garota ou sobre sua condição.

Um, dois...três...Riddle escutava o professor Horace os ensinar uma poção qualquer, ele sabia de muitas mais eficazes do que qualquer uma que esse homem ensinasse.

Vinte...vinte e cinco, seu dedo tamborilava na mesa em que estava, atrasada, estava atrasada, Anabeth, passarinho.

Trinta, trinta e sete, trinta e oito...Riddle se sentia impaciente, seu corpo suava, Abraxas que estava ao seu lado já contemplava os sinais...os sinais dos únicos momentos em que Tom Riddle agia como um ser humano normal, preocupado, ele estava prestes...

Cinquenta e cinco...cinquenta e nove, sessenta...se levanta de supetão de seu lugar, a caideira recaí ao chão, o estrondo chama a atenção, deixara tudo para trás, a voz do professor o chamando de volta, abrindo a porta.

Onde está meu passarinho?

Seu cérebro obsessivo se movia em busca, visão turva e coração batendo fortemente em seu peito, nervoso.

Banheiro feminino, abre sutilmente a porta, um resmungo fora escutado e abrira a porta em um estrondo, a cena terrível.

Suas vestes rasgadas, sua varinha quebrada, ouvidos sangrando, seus pequenos aparelhos roxo quebrados, arrancados de suas orelhinhas, seus materias inundados pela água no piso e três garotas em sua volta...aqueles olhos, os pequenos olhinhos.

O sorriso diabólico lentamente surgindo em sua face...pobres criaturas, estava ali o carcereiro do passarinho dourado.

Sente como se toda a sua magia inundasse seu corpo, como se estivesse possuído, consumido por algo, estava pronto, os olhinhos aflitos e molhados pelas lágrimas, fique tranquilo, pequeno passarinho, seu amante irá salva-la.

Silent Passion - Tom RiddleWhere stories live. Discover now