Delicate

Albus Potter é delicado

Malfoys sempre conseguem o que querem.

Era o lema da família; Scorpius tinha sido ensinado que sempre conseguiria qualquer coisa que quisesse, apenas, por ser um Malfoy, o próprio dom da insistência e teimosia tinha sido gerado nos genes da família. Mas, agora, Draco podia ter certeza de que os Weasleys, ou pelo menos Ginevra Weasley-Potter, também conseguia facilmente as coisas que ela queria.

– obrigada por deixar Scorpius dormir aqui, Draco, Albus vai adorar– Gina agradeceu, já na rua com Harry ao seu lado, este último citado que tinha a expressão mais amarrada que Draco já viu.

– é...é que o Scorpius nunca dormiu fora sem ser Hogwarts, talvez eu deva ficar em prontidão– Draco comentou, sem perder, claro, a forma elegante e sofisticada que falava. Mas, na verdade, quem estava tendo um ataque de pai superprotetor e morrendo de vontade de entrar na casa e tirar seu menino de lá era ele mesmo; Draco Malfoy.

– ele tem quase 16 anos, Draco, fique tranquilo– Gina o acalmou– além disso, acho difícil ele querer ir embora enquanto Albus está no mesmo lugar– ela riu baixinho– quem diria, não é? Anos de discussões e brigas para, no final, os filhos serem melhores amigos–

– não se pode ter tudo, não é?– Harry deixou escapar, visivelmente desgostoso com toda a situação– talvez eu devesse ter mandado Albus para CasteloBruxo–

– talvez você devesse nem ter nascido, já pensou nisso, Potter?– Draco arqueou uma sobrancelha e o moreno franziu as dele, irritado.

– garotos, não estamos mais em Hogwarts– Gina cantarolou– acho que podemos impedir algumas azarações, certo? Além disso, Harry, foi o filho de Draco que salvou o Albus de se afogar no lago, seja grato e agradeça ele–

– por que eu agradeceria Malfoy?– Harry indagou surpreso e a ruiva o olhou feio. É, definitivamente, a antiga Weasley conseguia facilmente o que queria, sendo sobre Potters ou Malfoys, ela devia estar a frente– muito obrigada, Malfoy, por...ter criado seu filho e...ele ter sido tão educado e corajoso ao salvar o Albus– Harry falou pausadamente, talvez Ginevra tivesse feito o homem ensaiar aquele texto antes dos Malfoys chegarem, mas, de qualquer maneira, ela tinha conseguido o que queria, com seu simples olhar ameaçador.

Isso foi doloroso, lembrava um pouco sua amada e falecida Astória.

– pai!– Scorpius exclamou atrás dos pais de Albus, estes últimos que se afastaram para deixar o loirinho passar e abraçar seu pai fortemente– muito obrigado por me deixar ficar–

– estou quase te levando embora– murmurou Draco e eles se afastaram, Malfoy observou os traços tão similares aos seus e sorriu para o filho– eu vou estar esperando até tarde caso queira voltar antes, amanhã de manhã estarei aqui logo cedo–

– pai, é o Albus, não vai acontecer nada de negativo– Scorpius sorriu feliz e se despediu do pai.

– sinto pena dele– murmurou Gina para Harry, assim que se despediram de Malfoy e entraram em casa, vendo Lily correr pelas escadas com um baralho para se reunir no tapete da sala com os outros jovens.

– do Malfoy? Por favor, Gi– Harry revirou os olhos e a ruiva cruzou os braços e olhou o Potter.

– ele perdeu a esposa e tem que criar Scorpius sozinho, isso não é triste?– perguntou a ruiva inconformada na frieza do marido– tem que esquecer que ele foi seu inimigo de escola, Harry, hoje em dia ele é apenas um adulto sozinho e com um filho adolescente para criar e educar– e ela deixou um beijo na bochecha do marido– achei que o grande Harry Potter podia se sensibilizar com alguém que tem uma história triste–

– Draco não tem uma história triste, ele não quis mudar quando foi preciso– Harry era implacável, ele realmente tinha botado na cabeça que Draco e sua família não mudavam. Sempre seriam aqueles velhos e tradicionais Malfoys, não importa o quanto os anos passem.