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       Any Gabrielly Soares 🌹

  
   Noah me ligava todos os dias, mas eu nunca atendia. Ele sempre deixava uma mensagem de voz e eu a apagava. Eu sabia que se ouvisse a voz dele, sentiria saudade, e ele não merecia a minha saudade. Meu cérebro entendi é isso, mas meu cérebro entendia isso, mas meu coração tinha sua própria opinião sobre o assunto. Então, evitá-lo era a melhor opção para mim.

   Eu me esforçava para me manter sozinha. Quando ir até a The Silent Bookshop, Josh costumava estar lá, mas nós não interagiamos. Ele se sentavam no canto esquerdo mais afastado, e eu, no direito.
    Às vezes, nossos caminhos se cruzavam enquanto estávamos procurando livros, mas ele parecia ter a missão de não olhar na minha direção; então, eu me esforçava para ficar fora do caminho dele também.
  
   Havia alguma coisa nele que me causava uma certa inquietação. O jeito como ele me abordou no mercado foi tão estranho. Ele chegou de maneira agressiva, mas protetora também, tudo ao mesmo tempo, me deixando com uma grande dor de cabeça.

   Eu o vi numa tarde junto com Tucker, e Sabina não estava mentindo—aquilo fez meu coração aquecer. Eu estava passando pelo Kap Park quando Josh e Tucker chegaram. O cachorro parecia estar com problemas para andar sozinho, então Josh o estava carregando no colo. Josh estava com uma mochila, e quando eles encontraram um lugar ao sol, ele pegou um cobertor e sentou ali, com seu cachorro. De vez em quando, acariciava o cachorro e dizia "bom garoto". Tucker parecia sorrir e abanar o rabo enquanto descansava.

    Josh cuidava daquele cachorro com muito amor. Eu não sabia que um homem como ele era capaz de ter tanto cuidado com algo. Seu amor era tranquilo, mas, ao mesmo tempo, evidente. O jeito como ele amava Tucker era o jeito como todo mundo deveria ser amado incondicionalmente.

    Quando ele ergueu os olhos e percebeu que eu estava observando, comecei a me afastar rapidamente.
   
   Ele não olhava para mim do mesmo jeito que olhava para Tucker.
    Quando os olhos de Josh encontraram os meus, só vi ódio.

                 [>>><<<<]

   Na noite de sexta-feira, Nour se juntou a mim na livraria, algo que ela nunca fazia, embora tenha estado sempre muito próximo a mim desde a minha volta à cidade, verificando se eu estava bem. Ela não gostava tanto de ler quanto eu, então ficava virando casualmente algumas páginas sentada comigo no meu canto.

    —a gente pode ir -sussurrei, observando minha irmã remexer os polegares de tédio enquanto se recostava na cadeira.
  
    —Psiu... -ela me chamou. —o silêncio vale ouro.

   Eu ri.
   —você está de saco cheio.
 
   —mais do que você está falando? Aqui é o melhor lugar do mundo. Livros e palavras, palavras e livros. Incrível.

    Uma pessoa fez psiu de longe e não conseguimos evitar cochichar mais um pouco.

    —quer sair para tomar um sorvete?

   Ela arregalou os olhos de alegria.
   —agora sim, você está falando a minha língua.

   Quando começamos a nos afastar, olhei para o canto de Josh e notei que ele já tinha ido embora. Fiquei imaginando que livros ele teria levado naquela noite.

    Então comecei a me perguntar porque eu estava pensando naquilo.

    Caminhamos pelas ruas de chester enquanto Nour falava sobre os planos que estavam fazendo para o festival do pêssego, que se aproximava, e eu estava ouvindo atentamente até meu olhar se atraído por um grupo de adolescentes, rindo e atirando objetos em alguma coisa. Um deles levantou uma lata de lixo e a despejou em cima da coisa. Quanto mais eu me aproximava, mais nervosa eu me sentia.

Shame -BEAUANY (Adaptação)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ