Capítulo único: O sol depois da chuva

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Shoto Todoroki sempre foi alguém mais silencioso, algo proveniente de seu passado repleto de traumas, mas sempre teve algo que o manteve firme; sua mãe e seus ensinamentos.

Ele se recordava quando, certa vez, estava nos jardins junto de sua matriarca, eles cuidando das flores, algo que sempre apreciaram fazer juntos e então, ela disse enquanto pegava o menino de cinco anos no colo;

— Shoto, sabia que nós somos como flores? — Rei começou a andar pelos jardins, tocando as flores das árvores e vendo o sorriso de seu filho ao cheirá-las — Algumas, estão livres na natureza, outras em jarros. Também tem aquelas que são como rosas, belíssimas mas te ferem e todas as flores, se não bem cuidadas, decaem até morrer.

Apesar de na época não ter entendido a voz magoada e chorosa de sua mãe em meio aquele discurso, algo dentro de si gravou aquelas palavras como se soubesse que precisaria daquele ensinamento.

Então, ele cresceu.

E, na atualidade, estudava na U

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E, na atualidade, estudava na U.A e adorava seus dias, amava estudar naquela instituição. Passar o tempo livre com Midoriya e seu grupo era agradável, assim como as diversas vezes que estava junto de Bakugou e seus amigos também era muito bom. A classe 3-A era bem unida e faziam diversos eventos em conjunto, inclusive, Shoto recordava-se perfeitamente de cada um deles.

Lembrava, com ainda mais nitidez, sobre os dias tão tristes e estressantes em que tentava ficar ainda mais recluso devido quão barulhenta sua mente ficava, ao mesmo tempo que trancava-se em seu quarto e com o computador portátil no colo, ficava horas e horas vendo documentários sobre pinguins e vídeos sobre flores no youtube.

Então, certa vez, ele retornou para o dormitório após passar um final estressante em casa. Com Enji o perturbando a cada segundo, apenas falando sobre os mesmos assuntos cansativos, heróicos e burocráticos.

Se dependesse unicamente dele, não voltaria para casa nenhuma vez, mas ainda o fazia por Fuyumi, que sempre tentava segurar as pontas dentro de casa. Ela, que nunca falava sobre seus verdadeiros sentimentos remetentes àquela situação catastrófica, ficava ali apenas com um sorriso amigável e amoroso, pedindo para serem mais unidos.

Também fazia por sua mãe, a qual visitava semanalmente e sempre trocava cartas para ficarem ainda mais próximos. Rei havia pedido para visitar a casa, para que Fuyumi visse que eles se importavam, não com Enji, mas com os esforços dela.

E, por isso, Shoto continuava voltando para casa e aguentando alguns dos desaforos de seu pai, contudo, aquele final de semana havia o deixado tão irritado que assim que chegou no dormitório, começou a rumar na direção do elevador para que fosse direto para o próprio quarto.

Ignorou os amigos tentando falar consigo, cumprimentá-lo, ou perguntando o que havia acontecido. Contudo, uma mão em seu ombro o fez se reconectar com a realidade.

FloresWhere stories live. Discover now