XXXVI

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- sabem que não precisam ir embora. - Horran falou, dava para ver em sua feição que ele estava meio chateado.

- sabemos. - Tomlinson sorriu - e agradecemos, porém precisaríamos ir embora uma hora ou outra.

- yeah, eu entendo. Tenham uma boa viagem então e...não se esqueçam de mandar notícias.

- claro, até mais, Niall.

Harry esperou Louis ir até o carro para se aproximar do loiro novamente, falando baixo:

- não tenho palavras para dizer o quão grato sou, por tudo. Muito obrigado, Niall, pode contar sempre comigo. - colocou sua mão no ombro do outro.

- não se preocupe com isso, Styles. Foi um prazer! - e dando um aceno de cabeça, Harry foi até seu carro, encontrando o menor parado, o esperando.

- não temos o dia todo, sabe.

- na verdade, temos sim. Você está todo ferrado, não tem nada melhor pra fazer. - deu de ombros e o menor revirou os olhos - pensa rápido! - jogou as chaves para Louis, que se atrapalhou para pega-las. Analisou confuso, mas seu olho foi arregalando aos poucos a medida que foi entendendo.

- nem fodendo! - gargalhou - nem fodendo, Styles.

- vai dirigir ou não vai?

Louis estava tão eufórico que segurou no rosto do mais alto e lhe deu um selinho estalado. Harry teve seu cérebro desnorteado por um momento, até sorrir pela animação de Tomlinson.

Louis entrou no banco do motorista e Styles no do passageiro, não tardando antes de colocar sua mão na coxa farta do menor, como sentia falta de fazer.

- vamos?

- vamos.

...

- já chegamos??

- você parece uma criancinha. - Louis comentou.

- quando estou dirigindo tenho noção da distância. - bufou - assim é chato.

- lide com isso, bebezão. - estacionou o carro - o check in já está feito, vamos apenas nos apresentar na portaria.

ambos saíram do carro e pegaram suas malas. Louis ficou muito satisfeito ao saber que Harry também havia pego suas roupas no antigo apartamento, ele nem teria pensado nisso, honestamente.

- quarto de casal, hum? - Styles disse com um sorriso brincalhão - vou ter que dormir no chão de novo?

- se você se comportar, não. - jogou as mochilas em um canto. - ficaremos aqui por uma semana, temos que voltar para minha casa, apenas...preciso me
resolver antes.

- entendo.

- e você?

- eu o que? - perguntou confuso.

- você mora aonde?

- Vou passando a noite em hotéis, não tenho uma família tão conhecida como a sua, sou apenas eu. - ergueu a sobrancelha - pelo menos depois que meu pai morreu, foi assim.

- e você não se sente perdido tendo que fazer tudo sozinho?!

- não, Louis. - riu fraco - acho que, depois de muito tempo, percebi que não importava o que eu fizesse. Desde que soubesse fugir depois, estava tudo certo. E eu já te disse que vai se sair bem.

- odeio pensar tanto. - suspirou derrotado.

- se você quiser, eu posso te relaxar. - levantou as sobrancelhas malicioso.

- eu agradeceria, love, mas estou realmente enrolado agora, preciso checar algumas coisas.

- certo, eu vou passar naquela piscina ali fora. Finalmente estamos em um lugar um pouco mais luxuoso, hm?

- aproveite. - Louis respondeu ainda concentrado em sua tarefa.

- se quiser me ver de sunga, olhe pela janela. - piscou um olho.

- oh, não, como descobriu meu plano? - disse risonho e Styles o acompanhou antes de entrar no banheiro para se trocar.

Louis se sentia cansado, mas seu corpo parecia leve. Era uma merda quando depois de vinte minutos, se viu sentindo falta da presença do cacheado.

suspirou alto vendo que não queria pensar em trabalho, não aquela hora, e pegou seu celular fazendo algo que queria ter feito antes da briga dos dois.

...

- estou enrugado que nem um sapo. - Foi a primeira coisa que Styles falou ao entrar no quarto. Seus olhos varreram o cômodo e seu corpo ficou estático.

o quarto estava iluminado apenas por algumas velas e no chão, havia uma grande barca de comida japonesa e um Louis arrumado e cheiroso o olhando sorridente.

- o...o que é isso?

- você me disse um dia que não tinha tempo para se lembrar da culinária da sua mãe. - deu de ombros envergonhado pelo contato visual intenso - queria fazer algo especial, mas não sei cozinhar bem como você. Também não conheço nenhum desses nomes, então pedi todos. - mordeu o interior de sua bochecha.

- porra, Louis...isso... - engoliu em seco - espero que não se importe de eu estar uma bagunça agora. - disse divertido se sentando de pernas cruzadas no chão, de frente para o outro - eu não quero sair daqui nem para me trocar.

- você está bem, acredite. - revirou os olhos. Era um pecado um homem como Harry se sentir feio tendo aquele rosto e aquele corpo.

- achei que nao gostasse de sushi. - ele falava baixo, quase com medo de estragar a calmaria do ambiente.

- não custa nada experimentar. - deu de ombros tentando pegar no rashi, sem sucesso de primeira. Harry, segurando o riso, ia ajudar o outro antes que Louis (como Louis) perdesse à paciência e pegasse com a mão. Na mesma hora sua cara ae contorceu e ele se forçou a não cuspir.

- o que achou, babe? - Styles perguntou, já sabendo a resposta.

- bom que sempre podemos recorrer a um miojo. - disse dando de ombros.

Styles riu enquanto pegava uma quantidade e comia. Seus olhos se fecharam e um gemido de satisfação deixou seus lábios.

- pare de gemer. Obrigado. - brincou, mesmo que seu corpo tenha reagido de imediato àquele som.

- awn. - gemeu extremamente forçado, o que arrancou uma gargalhada dos dois e Tomlinson o chamando de "idiota". - esse costumava ser meu preferido. - mostrou, segurando a pequena peça no rashi. - minha mãe fazia muito, acho que sentia falta do Japão. Eu pegava uma cadeira e a via cozinhar, talvez seja por isso que eu tenha desenvolvdo gosto pela coisa. - seus olhos se abaixaram novamente. - ela morreu quando eu era muito novo, e quando fui crescendo, percebi que não me lembrava mais de sua voz, aos poucos seu rosto também foi perdendo a nitidez. Só tenho algumas lembranças. - voltou a mirar as orbes verdes intensas em Louis, que o encarava de volta, esperando-o continuar. - mas hoje você me fez lembrar, Tomlinson. - sorriu de lado - obrigado. - Louis sorriu, incapaz de fazer outra coisa.

Chegou mais perto de Harry e inclinou sua mão para que pudesse acariciar seus cachos, a ação sendo compensada por um suspiro inconsciente do mais alto.

- obrigado por compartilhar, love.

Born to Die Où les histoires vivent. Découvrez maintenant