Capítulo 16

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Meus dedos passeavam com confiança sobre o violão apoiado sobre meu colo, a voz de Kelce era confiante e discreta enquanto ele começava uma música romântica cantando enquanto encarava os olhos de Emma.

Sorri sozinha percebendo o quanto eles são fofos.

Na verdade todo mundo parece perceber o quanto eles são agradáveis juntos, o quanto os olhos dela brilham e o quantos os dele gritam pra poder vê-la quando ela sai de suas vistas.

O acompanhei em alguns versos fazendo um dueto leve, fechei os olhos me deixando entregar a música.

Era um dos meus passatempos favoritos com meu pai.

Ele pode não ter me ensinado a surfar ou a dirigir como ensinou ao meu irmão, mas ele ainda fazia questão de se sentar comigo duas horas por dia para me ensinar a tocar o velho violão que o vovô deu pra ele quando ele ainda era um adolescente.

Só notei que cantava sozinha quando abri os olhos finalizando a música, a turma aplaudiu animada, cobri meu rosto com as mãos envergonhada.

— Minha prima pegou todo o talento da família — Traci me abraçou de lado antes de se levantar — Mas a gente precisa ir embora ou meu pai vai mandar a marinha buscar a gente.

E então todo mundo se levantou arrumando toda a bagunça antes que o motor voltasse a funcionar.

— Posso te dar uma carona se você quiser, quando voltarmos — Me assustei com Rafe se apoiando ao meu lado na grade de proteção do barco.

— Na verdade eu vou ficar na casa da Traci hoje — Respondi.

— Para lá então — Ele disse olhando o movimento das ondas.

— Já de rendeu?

— O que?

— Em qual momento você caiu novamente nos meus encantos, quando me viu de biquíni ou quando viu meus talentos musicais.

Rafe quase sorriu.

— Na verdade foi na cantoria exagerada e bêbada ao anoitecer, meus ouvidos ainda doem.

Bati meu corpo de leve contra o seu pelo julgamento.

Sorri encarando o mar logo em seguida.

Senti os dedos de Rafe tocarem meu rosto afastando alguns fios do meu castanho agora bagunçado pelo dia no mar, me senti envergonhada quando encarei seus olhos.

Engoli em seco com medo, será que ele iria me beijar? O que eu faria se ele fizesse isso mesmo? Eu me afasto? Eu mexo a minha boca? Onde coloco minhas mãos? E se ele colocar a língua? Como eu posso não rir? Será que ele consegui perceber que eu nunca beijei ninguém?

Antes de ter uma resposta para tudo isso eu juntei meus lábios aos de Rafe Cameron, sem nenhum motivo válido para isso.

Apenas levantei meus pés e senti seus lábios quentes tocarem os meus, fiquei assim, parada por alguns segundos sem saber o que fazer agora.

Até sentir sua mão agarrar minha nuca e então eu não sei mais o que fiz, eu só estava ali, confortável sentindo alguém mexer seus lábios com maestria contra os meus.

Se essa fosse uma cena de desenho animado seria com certeza o rato misturando dois ingredientes diferentes com diversas explosões a sua volta, onde ele só quer que todo mundo possa ter aquela sensação.

Abracei os ombros de Rafe quando suas mãos apertaram minha cintura trazendo meu corpo todo mais para si, sorri percebendo o que eu perde todo esse tempo.

Feliz com aquela boa sensação.

Desejei que pudesse durar para sempre, mas o barco começou a se mover nossos corpos se separaram com o retorno de nossa turma.

Apertei os lábios envergonhada me afastando sem conseguir formular uma frase sequer.

Segunda opção - Rafe Cameron Where stories live. Discover now