Capítulo 7

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   Luck era uma pessoa realmente pontual, exatamente 5 minutos após a nossa breve conversa nós entramos no meu carro em direção a sua casa. Da minha casa para a casa de Luck eram exatos dez minutos, e foram os dez minutos mais longos da minha vida, não por estar apreensivo com toda a situação a qual Luck se encontrava. Mas sim pelo silencio ensurdecedor que reinava no carro.

   Quando eu olhava pelo retrovisor interno eu podia ver Luck mexendo no celular como a pessoa mais despreocupada do mundo, o que me fazia querer meter a mão no meio da cara dele e perguntar se ele realmente se importava de estar nessa situação.

   Mas ao invés de fazer isso, simplesmente continuei dirigindo, até que finalmente Luck resolveu abrir a boca para me dar novas instruções.

   - Quando você chegar, desce do carro e vai até o vaso de plantas do lado esquerdo da porta, lá vai ter uma pedra falsa e embaixo vai ter o controle da garagem. 

   Não me dei o trabalho de responder ele, apenas balancei a cabeça positivamente e mantive foco na pista. 

[...]

   Ao chegar na casa de Luck fiz exatamente o que ele pediu, quando entrei na garagem, Luck saiu do carro e me guiou até seu quarto. Que era um quarto normal de adolescente, se não fosse por uma coisa.

   Luck abriu seu guarda roupas e pegou uma mochila preta, em seguida puxou o carpete revelando um piso falso. De dentro do piso Luck tirava cartelas e mais cartelas de remédios, tabletes de maconha, uma Desert Eagle e uma Baretta m9 e alguns saquinhos de munição.

   As cartelas de remédio e os tabletes de maconha foram para dentro da mochila preta juntamente com os saquinhos de munição. Já as armas, Luck apenas guardou a Desert Eagle na sua cintura e caminhou em minha direção com a Baretta.

   - Se você quiser pular fora agora dá tempo, caso contrario vai ter que aprender a usar isso. - Disse colocando a baretta na minha frente.

   - Eu já te disse uma vez e vou te falar pela ultima vez que eu tô do seu lado e pronto. - Falei pegando a arma de sua mão e colocando na cintura.

   Eu sabia exatamente como ser um "bandido", sabia falar e agir como um. E agora que me envolvi nessa com Luck resolvi que esse seria o novo eu. Afinal, não tinha mais como correr e eu não podia deixar ele nessa. Não era por que eu queria viver uma aventura perigosa e agir como um adolescente inconsequente. É porque com o passar do tempo e dos acontecimentos eu percebi que eu estava começando a amar ele, e me envolver nisso foi a maneira que eu encontrei para demonstrar isso. Sendo assim, aqui começava o meu novo eu.

[...]

   Antes de sairmos da casa de Luck colocamos o carpete no lugar e apagamos a imagem das câmeras para que ninguém visse o meu carro lá. Dentro do carro Luck me deu novas instruções do que faríamos a seguir.

   - Você precisa inventar alguma coisa pros seus pais para você ficar longe por um tempo e que não deixe eles envolverem a policia. - Ele falava olhando pra mim com a voz baia e seria.

   - Eu já sei o que falar. - Respondi e continuei com os olhos na pista.

Louis V, menino lindoWhere stories live. Discover now