The Next Generation

Capítulo 1

CHINA, Chengdu, Província de Sichuan

Jalecos para lá, ternos para cá, era apenas isso que o doutor Mao Fang via passar enquanto entrava naquele prédio. Ele ainda se perguntava o porquê estaria ali quando poderia estar ensinando em alguma escola e vivendo tranquilamente. Mas como amava a Física de forma exorbitante, apenas continuava o seu trabalho e se direcionava todos os dias até o laboratório.

- Doutor, ainda bem que você chegou. - Mal pisou nos escritórios subterrâneos e já foi abordado por uma das pesquisadoras.

Quando descobriu o que aconteceu, seu coração disparou. Havia ele feito alguma coisa que bombaria pelo mundo? Teria ele finalmente feito algo que mudasse sua vida? Seus dias de luta poderiam ter acabado.

Ao se aproximar do maquinário que coordenava seus experimentos mais audaciosos, seu olho brilhou. Hon Nyun-Jun, o presidente daquela companhia, chegou logo atrás.

- Acredito que fizemos uma ótima ação chamando o doutor para o nosso projeto. Espero que eu ainda possa me orgulhar da minha decisão. - Ele era um senhor com postura de tenente e uma vida reservada, mas o que sabiam era que não era um nativo, e sim um norte-coreano com regalias por sua amizade com o ditador de sua nação.

Claro que o pobre doutor Mao Fang não apreciava a ideia de trabalhar para amigos de ditador e gananciosos com poder bilionário, que justificavam com o bem maior sobre energia limpa para esconderem seus desejos obscuros. Mas o que teria a perder? Pelo menos, poderia fazer o que tanto estudou e admirou desde sua infância sem ser subestimado.

Só que nem tudo que parece ser bom dura tanto tempo assim.

Alguns cientistas do laboratório estavam operando o reator Z-FFR, responsável pelos testes de fusão nuclear, mas acabou que um deslize de alguém fez a máquina ficar descontrolada e sem ter como desativá-la. Foram questões de segundos.

Em segundos, Dr. Fang viu seu trabalho e vida irem para o ralo.

26 de Maio de 2025

Uma delas parecia à beira de um colapso, sua perna saltitando para cima e mais baixo mais rápido do que ela podia ver. A outra roía as unhas sem parar, também a ponto de perder a sanidade.

Ninguém podia culpá-las. As duas estavam com a cara enfiada nos computadores desde que acordaram, atualizando seus e-mails a cada cinco minutos, mas já era quase 17h e nada chegou.

Nicole olhou para Maya enquanto Maya a olhava também.

- Chegou alguma coisa? - elas perguntaram ao mesmo tempo, bufando de frustração em resposta

- Eu não entendo. Já devia ter chegado pelo menos um e-mail dizendo que a gente não foi aceita. - Maya gemeu, caindo de costas na cama

- Talvez seja a nossa internet que não está funcionando direito. A chuva de hoje cedo foi um horror. - Nicole sugeriu, embora também estivesse perdendo as esperanças

Nada, nada, nada, nada e mais nada.

Chegou a um ponto em que as duas dormiram, ainda sem uma resposta.

Elas já tinham recebido os outros e-mails e cartas de aceitação das outras faculdades que elas se inscreveram. Duas faculdades públicas e outras três particulares, apenas em uma não conseguiram pontos suficientes para passar.