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ATUALMENTE;


Stiles abriu os olhos âmbar, piscando lentamente para se adaptar à luz. Ele não se lembrava das paredes do seu apartamento serem tão brancas... tentou se mexer, mas seu corpo parecia não responder na velocidade normal. Havia um bipe chato que parecia cada vez mais alto, e o cheiro de limpeza... Engoliu em seco, sua visão finalmente ajustada. Como desconfiou, estava num quarto de hospital. 
Esquadrinhou o ambiente, tentando se situar. Sua perna estava suspensa, com gesso até o joelho, e as dores vinham dando as caras, provavelmente por não estar mais dopado. Sentia o ombro doer, onde provavelmente levara o tiro de raspão, e sabia que suas costas e peito deviam estar no mínimo roxos. Coletes à prova de balas podiam salvar sua vida, mas definitivamente não te protegiam da dor de levar um tiro.
G

emeu, tentando mover o braço pra apertar o maldito botão para chamar alguém. Sabe-se Deus qual foi a última vez que esteve acordado e precisava saber como estava seu parceiro.

— Ah, você acordou — a voz familiar e rouca fez Stiles olhar para a porta, encontrando os olhos verdes o encarando de volta. — Bem vindo outra vez ao mundo dos vivos, pirralho.

Stiles suspirou profundamente, aliviado demais para se irritar com o apelido tosco. Dean Winchester sempre o chamara assim, desde que se tornaram parceiros no FBI. O mais velho era veterano, e se dispôs a ensinar tudo o que sabia e basicamente ser seu padrinho. O Stilinski era muito grato a ele por tudo isso.
Dean parecia o mesmo homem quarentão e bonito de sempre, tirando o fato de que visivelmente não dormira direito nas últimas noites e tinha ainda uns hematomas espalhados pelo rosto. 

— Você parece péssimo — o mais novo disse, risonho.

— É, mas não fui eu que desci três lances de escada do jeito mais difícil — o sorriso branco era sem o menor pingo de humor. — Você podia ter morrido, Stiles.

— Ele tinha uma arma apontada pra sua cabeça, o que queria que eu fizesse? 

— Cara, eu sou o rei das ideias estúpidas de auto-sacrifício por aqui, okay? — Dean revirou os olhos, penteando os cabelos loiros para trás. — Eu já vi muitos agentes morrerem, Stiles. Não quero ir no seu funeral. Você ainda tem muito o que conquistar.

— Você teria morrido se eu não tivesse feito nada — o moreno bufou. — E, olha só, nós dois estamos vivos! Não rola nem um "obrigado"?

— Você é jovem, Stilinski. Ainda tem muito o que aprender — o mais velho tinha um tom de "conversa encerrada", como se Stiles tivesse seis anos e não vinte e oito. — Seu pai está aqui.

Stiles arregalou os olhos para ele, subistituindo sua careta irritada por uma expressão de puro choque e perplexidade.

— Você chamou ele?! — seu tom era de ultraje.

— É claro que chamei, Castiel me arrancaria as bolas se não fizesse isso — o mais novo fez uma careta de solidariedade, porque conhecia o marido do amigo tempo suficiente para saber que ele realmente faria algo assim. — Além do mais, você ficou quatro dias dopado, até terem certeza que seu cérebro não foi afetado com a queda. No segundo dia sem falar com você, ele com certeza surtaria.

— O velho vai surtar de qualquer jeito — ele se achatou contra o colchão, ignorando as dores. — Por favor, peça pra me doparem de volta! Melhor ainda, preciso de um coma induzido, é! Três meses, até ele esquecer que eu quase morri. Ou melhor, por que você não me mata e finge que foi acidente? Me joga da janela e alega suicídio, ninguém vai saber e eu juro que não volto pra puxar seu pé!

ʙᴀᴅ ʟɪᴀʀ || sᴛᴇʀᴇᴋ [ᴀ.ᴜ]Where stories live. Discover now