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William Byers

Talvez eu tivesse que fazer uma anotação mental para não cair duro no chão. Primeiro que Mike havia me abraçado, depois afagou meu cabelo, e falou que PESSOAS COMO EU NÃO PODERIAM FICAR TRISTES.

Como assim "pessoas" como eu?

Será que ele podia ser mais claro, afinal eu ainda estava encantado com aqueles olhos direcionados à mim.

Senhor!

Era lindo demais, gato demais, bunda demais...

Eu tinha que me lembrar de que estava triste, mas seria muito melhor se ele largasse meus braços, pois assim eu poderia voltar a respirar normalmente. Já que sentir o seu perfume misturado com suor, também não estava ajudando.

A última vez que senti isso, foi há bastante tempo e em um momento nada apropriado; digamos que eu estava sem roupa e a outra pessoa também.

Por sorte meu celular soou com uma mensagem e eu dei graças aos céus pelo sinal divino.

Mike pareceu perder um pouco do encanto e soltou meus braços. Fui até a bancada onde havia deixado o aparelho e o peguei. Era Kyle, e realmente eu estava magoado de ter o deixado com tudo organizado para mim, só que não estava me sentindo bem para comemorações.

Kyle: Desculpa, eu devia ter te ouvido. Sinto muito, mas saiba que guardarei doce e bolo para você. Pois sei que vai querer depois. Me avisa se está bem, por favor.

Eu: Estou bem, vim para a mansão do Sr. Wheeler.

Devolvi o celular à bancada e me voltei para o meu chefe que ainda me olhava. Fiquei aguardando para ver se o que havia falado era realmente sério, mas logo ele murmurou:

— Que tal, sanduíches naturais? Estou morrendo de fome, por isso preferia que fosse algo rápido de se fazer.

E sem conseguir dizer nada, só assenti. Mas como eu havia acabado de preparar um para mim, que acabou sendo desperdiçado, eu sabia que Jude tinha deixado pronto um patê de frango para fazer algo do tipo.

Por isso, fui até a geladeira e peguei a vasilha com o patê e Mike logo foi me ajudar. Quando estávamos com quatro sanduíches prontos, ele preparou um suco de laranja.

E se aquele homem já era lindo sem fazer nada, realizando trabalhos domésticos ficava cada vez mais parecido com o caminho do paraíso.

Gostoso para caralho!

O acompanhei até uma das salas que tinham naquela enorme casa. Ela parecia própria para passar momentos como àquele que íamos fazer. Tinha almofadas para sentar sobre elas, a visão dava para o jardim dos fundos, e o céu estrelado era uma vista a mais. Possuía até mesmo uma lareira. Havia também uma TV, uma mesa de sinuca, um bar, e até mesmo uma mesa de pinball. Era realmente uma área de lazer completa.

Sentamos em um sofá que ficava no canto do lugar, e ele era tão fofo que quase me senti abraçado.

— Pode se servir — Mike acenou para o prato que estava com os sanduíches, e encheu um copo de suco para mim, que aceitei de bom grado. — Se quiser beber algo alcoólico, tenho um licor de jabuticaba que ganhei de um grande investidor, que é uma delícia.

Sorri para ele, mas neguei. Eu era péssimo com bebida, não gostava do gosto ruim que deixava na boca.

— Me conte algo bom para você não se lembrar dos ruins — Mike comentou.

— Bom... — Parei, pois tinha dado uma mordida no sanduíche que estava ótimo. Assim que engoli continuei: — Eu amo desenhar fisionomias, é minha grande paixão, acho que nasci pra desenhar, e o senhor já sabe disso.

𝘕𝘢𝘯𝘯𝘺 𝘐𝘯 𝘛𝘳𝘰𝘶𝘣𝘭𝘦 Where stories live. Discover now