One and Only - Simone e Soraya

Chapter 7 ❥

Someday, you're gonna see the things that I see

(Algum dia, você vai ver as coisas que eu vejo)

You're gonna want the air that I breathe

(Você vai querer o ar que eu respiro)

You're gonna wish you never left me

(Você vai desejar nunca ter me deixado)

A empresa que era a razão da festa da colheita na cidade era dos pais de Soraya, e, somente por isso, ela teve que comparecer à festividade. Já Simone não foi vista nos últimos dois dias de comemoração.

Na verdade, ela não era vista pela loira há duas semanas.

Tebet resolveu mergulhar na estruturação do escritório e em arranjar uma recepcionista, o que não foi difícil pois sua mãe conhecia uma moça que seria perfeita para o trabalho e tudo estava entrando no eixo. Ela decidiu que essa era a melhor forma de esquecer a loira que ora lhe beijava, ora lhe afastava.

Simone girou a chave na fechadura e encontrou a sala perfeitamente pintada e decorada como havia pedido para uma equipe de pintores e decoradores que contratou. As paredes, que antes eram brancas demais, agora estavam numa cor creme muito mais agradável para os olhos e haviam duas cadeiras confortáveis encostadas na parede com uma mesinha em frente. Agora havia uma mesa encostada na parede atrás do balcão e uma cadeira a ser ocupada por Julia, a recepcionista indicada por Fairte.

A advogada sorriu com o resultado e, depois de fechar a porta, seguiu para a sua sala de trabalho de agora em diante. A sala quadrada estava aconchegante e tinha um armário de cor amadeirada, uma mesa, com uma poltrona preta de um lado e duas cadeiras menores no outro, com duas telas de computador e todo o resto necessário para mexer na máquina, muitas canetas e marca textos coloridos e uma pilha de papéis. Ainda ia deixar tudo do seu jeito, aquilo era só o começo.

Ela depositou em cima de sua mesa uma pasta ao mesmo tempo que escutou três batidinhas na porta da frente e imaginou que fosse Julia, já que tinham combinado de conversarem naquele dia.

Simone caminhou um pouco até alcançar a porta e ao virar a maçaneta encontrou uma mulher que parecia bem mais nova que ela, com cabelos lisos e escuros batendo na altura do cotovelo da moça baixa. A advogada sorriu e abriu espaço para que a outra passasse.

- Oi, você deve ser a Julia, certo? - Disse enquanto fechava a porta e seguia entrando.

- Isso, Simone Tebet, certo? - Estendeu a mão e sorriu.

- Eu mesma, vamos sentar, só quero conversar com você sobre como vamos trabalhar, o emprego já é seu. - Tranquilizou apertando suavemente a mão de Julia.

As duas morenas se sentaram lado a lado nas cadeiras da sala de espera e se viraram para poderem conversar olhando no rosto uma da outra.

- Muito obrigada, a você e à sua mãe. - Ela parecia tímida e retraída, mas Simone tentaria acalmá-la aos poucos, soube que seria seu primeiro emprego.

- Então, minha mãe contou que vai ser seu primeiro emprego, né?

- Sim, dona Simone, eu sou...

- Ah, não! Por favor, não vamos começar assim. - A menina olhou em alerta para a mais velha, pensando no que teria falado errado. - Não me chame de dona nem de senhora, pelo amor de Deus. Eu senti até um peso nas costas quando você falou, acho que envelheci uns 5 anos agora.

- Ah... - Suavizou as feições e se permitiu rir baixinho. - Que susto, don... Simone, me desculpe.

- Tá desculpada, prossiga...