Take me home.

#14 Com um pouco de pimenta.

PETE

Acordei depois de algumas horas e quando olhei para o lado a não era a mesma pessoa que estava lá há algumas horas.

- Pete, você acordou. Macau falou largando o seu videogame para me olhar.

- Oi Macau, há quanto tempo você está aqui?

- Desde que o Vegas saiu, ele foi preparar seu jantar. 

 Preparar meu jantar? Como assim?

- Você quis dizer pegar meu jantar não? Eu perguntei achando que o Macau estava enganado.

- Não, ele falou alguma coisa sobre pimenta, ai ele vem fazendo sua comida. Macau falou sem muito interesse.

Que estranho, qual era a do Vegas? Cozinhando para mim? Sentimento de culpa? Seja lá o que for ele é estranho.

Macau me ajudou a levantar da cama, mas eu estava me sentindo bem melhor. Fomos então para a varanda do quarto, eu queria sentir um pouco de ar fresco.

- Você está se sentindo bem mesmo? Macau perguntou

- Sim. Eu estou bem melhor.

- Eu disse para o Vegas não te levar naquele dia.

- Esse é o meu trabalho, Macau. E outra coisa foi culpa minha. Eu tentei convencer ele que estava tudo bem.

- Então quer dizer que está pronto para outra? Era a voz do Vegas, ele vinha entrando na varanda com uma bandeja de comida.

- Você não começa, Vegas. Macau alertou.

- Aqui sua comida. Ele falou colocando em cima da pequena mesa que tinha na varanda. – Macau sua comida está na cozinha.

- Devia comer aqui também. Macau falou e saiu reclamando.

- Obrigada. Eu falei, me sentando direito para comer.

- Não se acostume. Ele se sentou na cadeira ao lado.

- Você cozinhou para mim, Vegas? Ele pareceu confuso, não sei se com o fato de que eu soubesse ou com o a minha pergunta.

- Quem te contou?

- Macau.

- Macau fala demais, não é nada especial. – Ele falou como se fosse insignificante.

- Por quê?

- Vi que você não comia toda a comida quando era o pessoal da cozinha que fazia e quando comia colocava molho de pimenta até a comida ficar vermelha. Aqui nós não costumamos colocar pimenta na comida então eu fiz e coloquei. Só isso, nada demais.

- Obrigada. Falei enquanto comia.

- Já disse que não é nada demais, agora come. Ele permaneceu sentado olhando pela varanda.

- Vegas...

- Hm. Ele virou para me olhar.

- Você sabe que eu preciso voltar lá. Eu falei quase como uma súplica.

- Pete... Ele começou a falar, mas não o deixei terminar.

- Vegas, não me negue isso. Eu tinha contas a acertar e não ia deixar que nada nem ninguém me impedisse.

- Eu ainda não disse ao Macau que você vai embora assim que terminar com isso. Ele mudou de assunto. – Ele ainda acha que você vai ficar um ano.

- Eu posso contar isso a ele.

- Não, eu farei isso. Agora termina essa comida. Ele voltou a olhar para o lado de fora da varanda e eu voltei a comer. Ficamos ali em silencio até eu decidir ir dormir, eu não vi que horas ele deixou o quarto, mas o livro dele estava ao meu lado na cama.