XIII

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Sofia

Tinha acabado de me trocar quando escutei batidas na porta, deixei a escova na penteadeira e abri a porta.

- Oi, Rafa-

Não consegui completar a frase porque Cameron tinha juntado nossos lábios, dei um selinho e nos afastei.

- O que você pensa que 'tá fazendo?
- Eu achei que era algo que nós dois queríamos, princesa.
- Eu quero, mas e se alguém visse a gente?
- Então vai ser um segredo?
- Eu não sei, nunca conversamos sobre isso.
- Você quer que seja um segredo?
- Você quer?
- Não reponde uma pergunta com outra, Sofia. Você quer que seja um segredo?
- Pelo menos até entendermos o que está acontecendo.
- O que tem 'pra entender?
- Ah, então você sabe o que 'tá acontecendo? Porque 'pra mim eu só entendi que gostamos de nos beijar, eu não sei de mais nada.

Rafael se afastou e pude jurar que seus olhos perderam um pouco do brilho.

- Então é só isso 'pra você, Sofia? Só beijos?
- É isso que eu 'tô tentando entender, Rafael! Eu não sei o que eu sinto, 'tá legal? A única coisa de que tenho certeza é que eu gosto do seu beijo e você? Você sabe o que sente, Cameron?

Ele desviou o olhar e abaixou a cabeça.

- Se você também não sabe o que sente não tem direito nenhum em cobrar isso de mim, Rafael. Agora sai do meu quarto.
- A única coisa que eu sinto por você é ódio, Palomo. Só fui burro o bastante em pensar que poderia parar de sentir isso em algum momento.
- Rafe.
- Não me chama assim.

Cameron saiu do quarto e bateu a porta e eu não entendi o porquê, mas lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto.

the very first night (rafe)Onde histórias criam vida. Descubra agora